Em outros tempos...
Havia um reino onde a paz e a harmonia reinavam há muitos anos. O povo trabalhava feliz, os campos eram férteis e o rio corria caudaloso e límpido. Porém, certo dia, a ganância e a vaidade invadiram o coração do jovem príncipe. Ele passou a exigir sempre mais: mais riquezas, mais festas, mais bajulações...
Para satisfazer seus caprichos, começou a elevar significativamente os impostos e a atender apenas os amigos. O povo se sentiu abandonado e começou a trabalhar sem ânimo, o que se refletiu na diminuição da produtividade.
Pouco a pouco começou a faltar alimentos nos supermercados. A tristeza tomou conta do reino: as crianças pararam de brincar, as lavouras começaram a ser invadidas por ervas daninhas, até os pássaros pareciam entristecidos e deixaram de cantar. O reino, antes tão pujante, mergulhou num silêncio estranho.
Foi então que uma senhora idosa e muito sábia, que vivia numa montanha, pediu uma audiência com o príncipe. Diante dele, contou-lhe uma parábola simples, mas com muito sentido:
“Quando o rio é forçado a correr apenas para um lado, ele seca do outro lado. E quando seca, todos sofrem: os peixes, as flores, os viajantes e até o próprio rei, a quem um dia faltará água.”
O príncipe ouviu com atenção e percebeu que era ele a causa de tanta desgraça em seu reino. Decidiu, então, devolver a dignidade ao povo: reduziu impostos, ouviu conselhos e voltou a andar entre os aldeões, aprendendo com seus acertos e erros.
Pouco a pouco, as mercadorias voltaram a abastecer os mercados, as crianças voltaram a brincar, a população voltou a ser feliz e tudo voltou à normalidade.
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