Em outros tempos...
No alto dos céus, havia uma nuvem muito arrogante. Ela se autodenominou ‘a nuvem mais poderosa da terra’. Costumava encher o peito a todo momento e vociferar aos quatro ventos: “Eu sou a salvadora da terra. Se não fosse o meu trabalho constante os rios secariam, as plantas morreriam, e as pessoas não teriam a menor chance de viver.”
Todos se calavam, confusos. Ninguém queria ser atingido pela ira da nuvem. Mas, havia alguém que a observava em silêncio: era o sol. Um dia, ao perceber que todos estavam apavorados, ele falou com toda firmeza: “Sra. nuvem, você já falou muita mentira. Imagine se de repente eu deixasse de lançar meus raios sobre a terra; quem faria as plantas crescerem? Quem forneceria luz para os habitantes? Quem os aqueceria? Sem meu calor nada existiria, até tu desaparecerias.”
A nuvem se irritou ao ser desafiada pelo sol e esbravejou: “Então, vamos ver quem será o vencedor. Vou te esconder e todos verão que sou eu quem domina o céu!” Em seguida ela estendeu seu manto de fumaça encobrindo o firmamento até o último horizonte. Com isso a terra se tornou acinzentada e fria. As pessoas, pouco a pouco, se tornaram tristes. As plantas e as flores murcharam e começaram a perder suas folhas. Até os pássaros se calaram. Tudo parecia que estivesse prestes a sucumbir. Mas o Sol, sempre paciente, esperava em silêncio para ver quanto tempo a nuvem manteria a sua teimosia.
Depois de um tempo, a nuvem se cansou com tanto desgaste para se manter cobrindo o céu. Cansou-se também de ouvir xingamentos dos homens que sofriam com a situação. Então, percebeu que sozinha jamais conseguiria reinar, e se dissipou, permitindo que os raios do sol voltassem a ser distribuídos sobre a terra. Na sequência ela falou: “Vejo, meu caro sol, que um precisa do outro. A chuva refresca, mas é a tua luz que faz a vida florescer.”
O Sol respondeu: “Juntos, amiga, podemos transformar a terra deixando-a sempre melhor.”
Desde então, o sol e a nuvem aprenderam a se revezar no céu, entendendo que nenhum é maior que o outro: cada um tem seu tempo e sua importância.
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