Em outros tempos...
Havia numa floresta uma grande colônia de formigas. Elas viviam sempre ocupadas carregando folhas, sementes e outros pequenos detritos para o seu formigueiro. Próximo ao formigueiro, dentro de um oco de uma árvore morava um pequeno grilo, alegre e cantor. Ele passava os dias saltitando e semeando sua música suave pela floresta.
Algumas formigas desse formigueiro, enciumadas e arrogantes, começaram a tratar o grilo com desdém. Elas diziam que ele era preguiçoso e que apenas o trabalho delas era importante.
- Vejam, gritou uma delas, enquanto nós trabalhamos sem cessar, esse inútil vive cantando e se divertindo.
Elas se uniam em grupos para expulsá-lo de seu caminho, frequentemente derrubavam o galhinho onde ele estava pousado e, ainda pior, espalharam boatos pela floresta dizendo que ele era preguiçoso e que vivia atrapalhando o trabalho dos outros.
Diante de tanta perseguição o grilo se sentiu muito triste e pensou até em abandonar a floresta. Sua voz, antes potente, tornou-se fraca e praticamente parou de cantar.
Um dia, a floresta foi acometida por uma terrível tempestade. As águas abundantes da chuva invadiram o formigueiro, expulsando as formigas de lá. A chuva continuava forte. O vento rugia ensurdecedor derrubando folhas e galhos das árvores. Desesperadas começaram a vagar em busca de um abrigo, mas sem sucesso. Foi quando ouviram uma melodia conhecida: era o canto do pequeno grilo.
Guiadas pela música, as formigas encontraram um tronco oco e seguro, onde puderam se abrigar até a tormenta passar. Perceberam que aquela música que tantas vezes elas haviam desprezado, agora lhes salvara a vida. Envergonhadas, pediram desculpas ao grilo, reconhecendo que cada ser da natureza tem o seu dom e sua importância.
O grilo voltou a cantar, mas dessa vez com o coração leve: finalmente havia sido respeitado.
Reflexão: Às
vezes, aquilo que parece inútil é justamente o que nos salva nos momentos
difíceis.
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