É comum as pessoas buscarem
atalhos para superar dificuldades e encontrar um caminho mais fácil diante de
circunstancias diversas, principalmente quando precisam ou julgam precisar de
algo. Inúmeras vezes a busca desse caminho “mais curto” se traduz na palavra pedir. De um modo geral pedir é
mais fácil do que fazer, ou de construir, ou de conquistar com o próprio
esforço, pois exige mais trabalho, mais dedicação, mais tempo, além de mais
conhecimento.
Pedir um favor, pedir uma graça,
pedir dinheiro, pedir uma ajudinha..., enfim, pedir.
Esta realidade é muito presente na
vida das pessoas. Um exemplo típico, pessoas que praticam alguma religião,
frequentam alguma igreja ou seita, habitualmente canalizam suas preces à base
de pedidos de graças de toda natureza, ao invés de serem voltadas a agradecer,
a louvar, a bendizer. Até não seria anormal, dada a fé e a confiança que se tem
na divindade. O problema é que de modo geral se pede para conseguir
(gratuitamente) algo que se deseja ou que se julga necessário. Pede-se para
receber o produto pronto, como se o seu Deus
fosse um operário que estivesse ao seu exclusivo dispor durante todo o tempo,
para receber exclusivamente as suas demandas, como se ele tivesse obrigação de
atender prioritariamente os seus pedidos.
As pessoas às vezes esquecem que
já receberam o maior de todos os dons: a vida. E esse dom veio acompanhado de
muitos outros, como saúde, inteligência, vontade... Isso significa que a maior
parte dos pedidos é dispensável, pois a própria pessoa tem a capacidade de
alcançar os seus objetivos.
No caso da prece, por exemplo, ao
invés de pedir saúde, deve-se pedir a opção de ter saúde. Ao invés de pedir um
emprego, pedir a opção de estar empregado. Ao invés de pedir felicidade, pedir
a opção de ser feliz. E assim por diante. Por que nossa vida está
constantemente girando em torno de opções que, no final, são as próprias pessoas
que escolhem. Por isso, pedir a opção de ter saúde significa iluminar a mente
para que se consiga seguir caminhos corretos que proporcionem uma vida
saudável. Ter a opção de estar empregado é garantir a capacidade de usar a
inteligência, a experiência e a persistência para buscar e manter o emprego de
nossos sonhos. Ter a opção de ser feliz no momento em que se vive, utilizando-se
dos meios disponibilizados.
O mesmo acontece ao pedir às
pessoas. Ao invés de pedir o “produto acabado”, melhor pedir orientação para
conquistar o que se deseja.
Cada um carregará em suas costas a
responsabilidade de suas escolhas e das opções selecionadas. Mas, o sabor da
vitória conquistada com próprio trabalho é infinitamente superior à alegria de
obter qualquer coisa gratuitamente. Tudo o que é construído e conquistado com
trabalho e dedicação é muito melhor, proporciona maior prazer, realiza, afofa o
ego.
Por isso, antes de pedir uma
solução, em qualquer situação ou circunstância, ou necessidade, melhor pensar
primeiro se não é mais criativo e viável descobrir possíveis opções. As opções proporcionam
liberdade de escolha.
Pedir que solucionem nossos
problemas é uma atitude passiva, cômoda, preguiçosa. Buscar opções para
solucioná-los, inclusive com sugestões de outras pessoas, é uma atitude ativa,
criativa, de quem não teme sair de sua zona de conforto para buscar ainda mais
conforto através da escolha de novos caminhos. É transformar o habitual em
novo, o comum em inédito, o temeroso em vitorioso.
Buscar
e escolher opções é uma forma brilhante de exercer a própria liberdade:
liberdade de buscar, de escolher, de acertar (sem medo de errar), e de viver a
própria vida.