quinta-feira, 26 de outubro de 2017

MUDANÇA CONSCIENTE

Mudar não significa necessariamente deixar de fazer o que se está fazendo para fazer outra coisa, mas passar a fazê-lo melhor: com mais agilidade, a menor custo, com melhor apresentação e com melhor qualidade. 

Nesse caso, mudar passa a significar melhorar. E melhorar tem tudo a ver com competir. Competir na condição de melhorar é o caminho mais confortável para a liderança.
                  

Mudar, portanto, não significa obrigatoriamente perceber que algo está errado, mas certificar-se de que adotar medidas preventivas consistirá em evitar que as transformações, naturais ou tempestivas, abalem as estruturas da empresa. 

Estar aberto à mudança significa, antes de tudo, estar adequadamente preparado para os embates e as vicissitudes que poderão advir.

AS MUDANÇAS NO MERCADO DE HOJE

Sabe-se que a competição no mercado de hoje exige capacidade de saber reavaliar padrões e até conceitos. 

Se a cada dia são oferecidos ao mercado produtos e serviços novos, significa que a sobrevivência dos produtos e serviços atuais pode ser reduzida sempre mais. 

Por isso a importância da adequação às expectativas do mercado. Se necessário, deve-se abandonar determinado produto ou serviço, mesmo que tradicional, sob pena de se perder o mercado em definitivo. 

Os mercados não são fiéis como o eram até a poucas décadas. 

PROSPERIDADE

Se queres um ano de prosperidade, cultive trigo.
Se queres dez anos de prosperidade, cultive árvores.
Se queres cem anos de prosperidade, cultive pessoas.

(provérbio chinês).

HORA DE PARAR?

Quando a gente chega a este mundo, através do nascimento, inicia-se uma caminhada cuja distância não é previamente revelada. Assim, a pessoa começa a caminhar, conhecer novas coisas, novos caminhos, novas pessoas... e segue caminhando. Até onde caminhará? Na verdade, ninguém sabe. É a maior das incógnitas.


Existem pessoas que sofrem por não saber até onde poderão chegar e até quando poderão tentar chegar. Para alguns, isso se torna um verdadeiro martírio. Um espinho no pé, que incomoda durante toda a sua caminhada.


Muitos abandonam o barco (todos os barcos) a partir de determinada idade por que entendem que o fim está próximo. Outros relutam a começar por que entendem que são muito jovens para tal. Outros aproveitam todos os dias e seguem adiante até que a vida lhes permita fazê-lo.


Difícil saber quem está certo. Ou mesmo se alguém está certo. Ou se determinadas perguntas ou decisões são decorrentes do medo de enfrentar uma realidade patente (o fim de tudo!), mesmo sabendo que o desfecho não depende de cada um.


No final das contas surgem outras perguntas ainda mais pertinentes?

- Quando começa a velhice?
- Quando começa a vida adulta?
- Quando começa ou termina a juventude?
- Qual o limite entre cada um desses degraus, ou seja, onde termina uma idade e começa outra? A idade cronológica é suficiente para essa decisão?


E outra questão intrigante: será que as respostas estão mesmo relacionadas com a idade cronológica da pessoa? E ainda: quem define a idade, a cronologia ou a escolha da própria pessoa? Em síntese: Até que ponto a idade cronológica influencia, ou determina, ou define as decisões de uma pessoa?


Diz-se que o ideal é que as pessoas atuem de acordo com sua idade cronológica. É o que as sociedades atuais esperam. É uma espécie de padrão mundial vigente. Entretanto, surge uma dúvida: até que ponto uma sociedade tem poderes para estabelecer parâmetros de competência para seus cidadãos? Não seria uma forma de “bitolamento” das pessoas, mantendo-as aprisionadas a cabrestos virtuais (mas reais) para evitar que se sobressaiam das demais e, com isso, cheguem a comprometer os padrões sociais estabelecidos não se sabe quando e por quem, mesmo sabendo que esse “cabestreamento” subjuga inclusive aqueles que se julgam seus idealizadores?


Com base nos parâmetros da sociedade atual, é comum ouvir-se expressões que, consciente ou inconscientemente, determinam posicionamentos de pessoas em redutos que podem segregá-las do convívio que deveria ser natural para todos, tais como: jovens com cabeça de criança, ou de velhos, em contraposição a “jovens adequados à sua idade”. Adultos com cabeça de criança, ou de jovens, quando não de velhos. Velhos com cabeça infantil, inadequados à sua idade. E assim por diante.


Ora, o que define a adequação à idade? Ou, o que é adequação à idade? A idade cronológica deve mesmo determinar a idade real da pessoa (a cabeça da pessoa!)?


Rotular pessoas é aprisioná-las, negando-lhes o direito de conduzir a própria vida e de ser artífice de seus feitos. 
Essa forma de amordaçar as pessoas equivale a extorquir-lhes o direito de decidirem sobre seu próprio presente (já que o futuro é incerto). E, com isso, é comum que a sociedade defina, mesmo que de forma informal (mas real), quando o cidadão deve começar a trabalhar e quando dever parar (é claro que deve ser salvaguardado o direito da criança e do jovem à educação e de se desenvolver fisicamente antes de exigir-lhes compromisso profissional). Existem exemplos em todos os países de cidadãos que empreenderam e produziram grandes realizações a partir de idade cronológica que, segundo padrões da sociedade em que se insere, deveriam parar e se entregar ao tédio, ao nada, mediante a hipócrita insinuação de que é chegada a hora de descansar (como se para descansar é necessariamente preciso dedicar-se ao nada).


Por isso, entende-se que a hora de parar deva ser prerrogativa exclusiva de cada pessoa, independentemente de padrões formais ou informais correntes em qualquer sociedade. Portanto, mãos à obra!

(Publicado no JNB em setembro de 2014)

sábado, 19 de agosto de 2017

VERDADE

Ao falar sobre a verdade, o filósofo Arthur Schopenhauer assim se expressou: Toda verdade passa por três estágios: no primeiro, é ridicularizada. No segundo, é rejeitada com violência. No terceiro, é aceita como óbvia e evidente.

Ninguém é detentor exclusivo da verdade. Não é marca exclusiva de alguém. Não faz parte do DNA de uma única pessoa. Ela pode se se apresentar diferente para cada pessoa. Alguma coisa se torna verdade a partir do momento que é aceita pela pessoa. Por isso, não são bem vindas verdades impostas. Verdade tem a ver com a crença, com a convicção e com a consciência de cada um.

Mas, se analisado com cuidado o conceito de verdade expresso pelo filósofo Schopenhauer, pode-se observar que muitas vezes é isso mesmo que acontece. Num primeiro momento uma verdade pode ser ridicularizada por que a maior parte das pessoas não teve a oportunidade ou a disposição de analisá-la em todo seu contexto. E a insistência (mesmo que não proposital) de não se aprofundar no assunto pode levá-la a ser rejeitada com veemência, ou mesmo com violência, principalmente quando ela pode se apresentar como uma ameaça às nossas crenças, ao nosso modo de ser, de nos comportar na sociedade, ou quando ela pode implicar na perda de poder de qualquer espécie. Quando, finalmente, todos a entenderem de fato, ela passa a ser aceita como óbvia, inequívoca, evidente a ponto de se exclamar: como não pensei nisso antes! Essa conclusão, porém, não é pontual para todos: ela atinge e conquista as pessoas gradativamente. Enquanto alguns alcançam o terceiro estágio, outros ainda se encontram no segundo ou no primeiro.

Muitas vezes a verdade é patente, evidente, transparente, inconteste, e mesmo assim muitos não a aceitam (pelo menos publicamente). Será que não a veem ou apenas não querem reconhecê-la? Será que ainda não chegaram ao terceiro estágio ou apenas não querem dar o braço a torcer?

Existem pessoas que não mudam de opinião mesmo sabendo que estão erradas, e mesmo que direta ou indiretamente tenham sido prejudicadas. Insistem no erro por medo, talvez, de ser desacreditadas, ou de perder seu status. Criam subterfúgios para justificar sua forma de pensar, de se manifestar, e tentar descaracterizar tudo o que viria a contradizê-las, como se isso as rebaixasse diante dos outros. São mentes obtusas que não aceitam que é possível aprender de outras pessoas, crescer e voar bem mais alto do quanto estão habituadas.


Da mesma forma que o pior cego é aquele que não quer ver, pior do que estar errado é persistir conscientemente no erro.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

É T I C A


Muitas pessoas confundem ética com moral, julgando tratar-se de sinônimos. Mas não são. Cada uma contém seu próprio sentido.

Moral significa costumes (do latim: mores). Trata dos costumes de uma sociedade, de suas regras, leis, convenções. Regras e leis são pautadas nos costumes de determinada sociedade. Assim, pode-se sintetizar que a moral é a totalidade de regras e costumes que se aplicam no dia a dia para os cidadãos de uma sociedade.

Ética (do grego: ethos) significa modo de ser, de se comportar. Ela busca a melhor maneira de se comportar e de viver, o melhor estilo de vida com base nos hábitos (leis) de uma sociedade. Tem a ver com o caráter da pessoa.

Em síntese, enquanto a moral se ocupa das leis, a ética se ocupa do caráter, do comportamento do cidadão.

O objetivo da ética é estabelecer bases para guiar o comportamento das pessoas, possibilitando-lhes que forjem um caráter capaz de definir os seus passos. Portanto, cumprir as leis, as regras, é moral. Cumpri-las da melhor maneira possível, mesmo sem ser visto ou observado, é ético, é do caráter.

A ética é fundamental para forjar a cultura de uma sociedade, pois uma sociedade não se mede apenas pela capacidade dos seus cidadãos de cumprir as leis, mas, sobretudo pelo seu caráter, pelo seu comportamento.

Uma sociedade que pauta suas atitudes na ética é uma sociedade justa, com direitos e deveres iguais para todos, sem privilégios decorrentes de funções exercidas por cidadãos.

Se na sociedade todos adotam a ética como princípio de vida não apresentará injustiças de qualquer espécie. Por se tratar de comportamento, de caráter da pessoa, a ética é acima de tudo uma atitude, uma escolha espontânea de vida, sem necessidade de imposição.

Por ter essa prerrogativa, a ética é difundida entre os cidadãos sobretudo através do exemplo. E esse exemplo é muito mais forte quando advindo daqueles com maior visibilidade e com responsabilidades de liderança. Sempre que houver mau exemplo por parte dessa parcela de cidadãos, existe o risco da ética ser sepultada por grande parte da população, e substituída pelo egoísmo, pelo “quem pode mais chora menos” ou pelo “salve-se quem puder”. A consciência de retidão é facilmente apagada perante maus exemplos emanados de pessoas influentes.

A impunidade cria o conceito de que a ética é para os fracos, enquanto a esperteza faz parte da vida dos fortes e daqueles que sabem viver bem.

No Brasil, infelizmente, o conceito de ética vem sendo cada vez mais degradado e esquecido por muitos, e substituído por uma falsa esperteza, que um dia se voltará contra eles próprios.

O P Ç Õ E S

É comum as pessoas buscarem atalhos para superar dificuldades e encontrar um caminho mais fácil diante de circunstancias diversas, principalmente quando precisam ou julgam precisar de algo. Inúmeras vezes a busca desse caminho “mais curto” se traduz na palavra pedir. De um modo geral pedir é mais fácil do que fazer, ou de construir, ou de conquistar com o próprio esforço, pois exige mais trabalho, mais dedicação, mais tempo, além de mais conhecimento.

Pedir um favor, pedir uma graça, pedir dinheiro, pedir uma ajudinha..., enfim, pedir.

Esta realidade é muito presente na vida das pessoas. Um exemplo típico, pessoas que praticam alguma religião, frequentam alguma igreja ou seita, habitualmente canalizam suas preces à base de pedidos de graças de toda natureza, ao invés de serem voltadas a agradecer, a louvar, a bendizer. Até não seria anormal, dada a fé e a confiança que se tem na divindade. O problema é que de modo geral se pede para conseguir (gratuitamente) algo que se deseja ou que se julga necessário. Pede-se para receber o produto pronto, como se o seu Deus fosse um operário que estivesse ao seu exclusivo dispor durante todo o tempo, para receber exclusivamente as suas demandas, como se ele tivesse obrigação de atender prioritariamente os seus pedidos.

As pessoas às vezes esquecem que já receberam o maior de todos os dons: a vida. E esse dom veio acompanhado de muitos outros, como saúde, inteligência, vontade... Isso significa que a maior parte dos pedidos é dispensável, pois a própria pessoa tem a capacidade de alcançar os seus objetivos.

No caso da prece, por exemplo, ao invés de pedir saúde, deve-se pedir a opção de ter saúde. Ao invés de pedir um emprego, pedir a opção de estar empregado. Ao invés de pedir felicidade, pedir a opção de ser feliz. E assim por diante. Por que nossa vida está constantemente girando em torno de opções que, no final, são as próprias pessoas que escolhem. Por isso, pedir a opção de ter saúde significa iluminar a mente para que se consiga seguir caminhos corretos que proporcionem uma vida saudável. Ter a opção de estar empregado é garantir a capacidade de usar a inteligência, a experiência e a persistência para buscar e manter o emprego de nossos sonhos. Ter a opção de ser feliz no momento em que se vive, utilizando-se dos meios disponibilizados.

O mesmo acontece ao pedir às pessoas. Ao invés de pedir o “produto acabado”, melhor pedir orientação para conquistar o que se deseja.

Cada um carregará em suas costas a responsabilidade de suas escolhas e das opções selecionadas. Mas, o sabor da vitória conquistada com próprio trabalho é infinitamente superior à alegria de obter qualquer coisa gratuitamente. Tudo o que é construído e conquistado com trabalho e dedicação é muito melhor, proporciona maior prazer, realiza, afofa o ego.

Por isso, antes de pedir uma solução, em qualquer situação ou circunstância, ou necessidade, melhor pensar primeiro se não é mais criativo e viável descobrir possíveis opções. As opções proporcionam liberdade de escolha.

Pedir que solucionem nossos problemas é uma atitude passiva, cômoda, preguiçosa. Buscar opções para solucioná-los, inclusive com sugestões de outras pessoas, é uma atitude ativa, criativa, de quem não teme sair de sua zona de conforto para buscar ainda mais conforto através da escolha de novos caminhos. É transformar o habitual em novo, o comum em inédito, o temeroso em vitorioso.

Buscar e escolher opções é uma forma brilhante de exercer a própria liberdade: liberdade de buscar, de escolher, de acertar (sem medo de errar), e de viver a própria vida.

REFERENCIA

O cérebro registra e arquiva todos os atos, os movimentos, os pensamentos. Enfim, tudo o que acontece ou passa pela vida.

Enquanto alguns desses registros permanecem visíveis por muito tempo, outros se ocultam para sempre. Eles se referem tanto aos próprios atos, quanto aos atos de outras pessoas, os quais nos afetam de alguma forma.

Alguns se ocultam para a própria pessoa e ficam evidentes nas memórias de outras que foram influenciadas ou tocadas de alguma forma por eles. Essas influências permanecem vivas na cabeça e na vida da pessoa. São registros indeléveis, que não se apagam jamais. É como se nossa assinatura passasse a fazer parte do livro da vida daquela pessoa. Seria um autógrafo particular, pessoal, singular e irrestrito entregue, mesmo que involuntariamente, e sem nossa ciência, dado a alguém que o guardará para sempre em sua memória. Um autógrafo escrito a fogo.

É comum as pessoas buscarem em outras pessoas modelos de vida, de comportamentos, de atitudes. É de certa forma um jeito de tentar se espelhar em atitudes boas ou ruins de outras pessoas. Isso ocorre na maioria das vezes sem que as pessoas que “transferem” esses modelos percebam. São líderes, muitas vezes, sem saber. E muitas vezes a quantidade de liderados, nesse sentido, é imensa.

Essas atitudes boas são “copiadas” e se transformam em tentativa de mudanças de caráter e de vida para esses “liderados”. E tudo isso fica na memória de tal maneira que essas pessoas “copiadas” se tornam modelos de vida a ser seguido (mesmo sem perceber). E aí começa a responsabilidade. As pessoas tidas como “modelos” de comportamento ou de vida se tornam de certa forma responsáveis pelos seus “liderados” (mesmo que ocultos). Tornam-se referência de vida para elas. E ser referência para alguém é uma empreitada de muita responsabilidade.

Antonine de Saint-Exupéry, em O Pequeno Príncipe, afirmou que “Você se torna eternamente responsável por aquilo que você cativa”.

Cativar uma pessoa é ser referência, mesmo sem querer, sem perceber, sem saber. E quando nossas palavras, gestos e atitudes são copiados e assimilados, passam a fazer parte da vida dessas pessoas. Daí a imensa responsabilidade.

A influência pode ser benéfica ou negativa. Quando benéfica, ajuda as pessoas a buscarem e alcançarem seus objetivos, ou a sua felicidade. A influência negativa pode destruir essas pessoas. E toda destruição traz infelicidade, dor, tristeza, perda, tribulação, senso de incapacidade, decepção. Basta uma pequena decepção, às vezes, para jogar por terra todo um castelo construído sobre boas atitudes vistas em você por alguém.

Considerando que nem sempre sabemos se estamos sendo referência a alguém, é melhor não fraquejar, e conduzir nossos passos, nossas ações, nossas atitudes com sensatez e dentro dos parâmetros aceitos pela cultura da sociedade onde se vive.


Ser referência de alguém é muita responsabilidade. Decepcioná-lo muitas vezes é o mesmo que obstruir-lhe o caminho, tirar-lhe a luz, ocultar-lhe o Norte, impedi-lo de andar.