segunda-feira, 12 de junho de 2017

O P Ç Õ E S

É comum as pessoas buscarem atalhos para superar dificuldades e encontrar um caminho mais fácil diante de circunstancias diversas, principalmente quando precisam ou julgam precisar de algo. Inúmeras vezes a busca desse caminho “mais curto” se traduz na palavra pedir. De um modo geral pedir é mais fácil do que fazer, ou de construir, ou de conquistar com o próprio esforço, pois exige mais trabalho, mais dedicação, mais tempo, além de mais conhecimento.

Pedir um favor, pedir uma graça, pedir dinheiro, pedir uma ajudinha..., enfim, pedir.

Esta realidade é muito presente na vida das pessoas. Um exemplo típico, pessoas que praticam alguma religião, frequentam alguma igreja ou seita, habitualmente canalizam suas preces à base de pedidos de graças de toda natureza, ao invés de serem voltadas a agradecer, a louvar, a bendizer. Até não seria anormal, dada a fé e a confiança que se tem na divindade. O problema é que de modo geral se pede para conseguir (gratuitamente) algo que se deseja ou que se julga necessário. Pede-se para receber o produto pronto, como se o seu Deus fosse um operário que estivesse ao seu exclusivo dispor durante todo o tempo, para receber exclusivamente as suas demandas, como se ele tivesse obrigação de atender prioritariamente os seus pedidos.

As pessoas às vezes esquecem que já receberam o maior de todos os dons: a vida. E esse dom veio acompanhado de muitos outros, como saúde, inteligência, vontade... Isso significa que a maior parte dos pedidos é dispensável, pois a própria pessoa tem a capacidade de alcançar os seus objetivos.

No caso da prece, por exemplo, ao invés de pedir saúde, deve-se pedir a opção de ter saúde. Ao invés de pedir um emprego, pedir a opção de estar empregado. Ao invés de pedir felicidade, pedir a opção de ser feliz. E assim por diante. Por que nossa vida está constantemente girando em torno de opções que, no final, são as próprias pessoas que escolhem. Por isso, pedir a opção de ter saúde significa iluminar a mente para que se consiga seguir caminhos corretos que proporcionem uma vida saudável. Ter a opção de estar empregado é garantir a capacidade de usar a inteligência, a experiência e a persistência para buscar e manter o emprego de nossos sonhos. Ter a opção de ser feliz no momento em que se vive, utilizando-se dos meios disponibilizados.

O mesmo acontece ao pedir às pessoas. Ao invés de pedir o “produto acabado”, melhor pedir orientação para conquistar o que se deseja.

Cada um carregará em suas costas a responsabilidade de suas escolhas e das opções selecionadas. Mas, o sabor da vitória conquistada com próprio trabalho é infinitamente superior à alegria de obter qualquer coisa gratuitamente. Tudo o que é construído e conquistado com trabalho e dedicação é muito melhor, proporciona maior prazer, realiza, afofa o ego.

Por isso, antes de pedir uma solução, em qualquer situação ou circunstância, ou necessidade, melhor pensar primeiro se não é mais criativo e viável descobrir possíveis opções. As opções proporcionam liberdade de escolha.

Pedir que solucionem nossos problemas é uma atitude passiva, cômoda, preguiçosa. Buscar opções para solucioná-los, inclusive com sugestões de outras pessoas, é uma atitude ativa, criativa, de quem não teme sair de sua zona de conforto para buscar ainda mais conforto através da escolha de novos caminhos. É transformar o habitual em novo, o comum em inédito, o temeroso em vitorioso.

Buscar e escolher opções é uma forma brilhante de exercer a própria liberdade: liberdade de buscar, de escolher, de acertar (sem medo de errar), e de viver a própria vida.

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