terça-feira, 5 de junho de 2018

MUDANÇA

Se existe uma palavra que apavora as pessoas, ela se chama mudança. É por que a mudança pode exigir alteração de rumo, de comportamento, de atitude, de modo de vida. Sair da zona de conforto rumo ao desconhecido é difícil e pode provocar calafrios. É por que a mudança sempre traz dúvidas e não garante que vai dar certo. Mas se todos evitassem a mudança apenas por que ela é insegura, imagine o grau de desenvolvimento do mundo em nossos dias. Estaríamos, provavelmente, próximos à era da pedra lascada.

Para evitar que a mudança nos surpreenda é necessário vê-la sob duas óticas diferentes: como alteração de rumo, e como prevenção. A mudança nos preocupa muito mais quando ela significa alteração de rumo.

Mudança é comumente entendida no sentido de correção. Geralmente é usada para informar procedimentos errados e que devem ser corrigidos. Pode ser comparada à função do bisturi na mão de um médico durante uma cirurgia.

Mas, a mudança deve ser entendida também sob o prisma da prevenção. A atitude corretiva deve ser tomada sempre que necessário, para se evitar prejuízos maiores. Mas, a preventiva é aquela que se antecipa à necessidade de mudar. É antecipar-se ao surgimento dos problemas. Com isso se pode tomar decisões mais tranquilas, com mais chances de acertar e evitar erros.

É importante que se tenha muito claros esses dois conceitos de correção e prevenção. O corretivo decorre de situações imprevistas, por isso é traumático. O preventivo se origina da clarividência, da capacidade de interpretar as tendências do mercado e se adequar a elas gradativamente, “chegando à frente” dos concorrentes.

O verbo mudar deve ser utilizado principalmente na concepção de adaptar-se, preparar-se, para acertar o alvo no momento certo. A empresa que adotar a palavra mudança nesta acepção terá mais chances de se desenvolver e sobreviver. Não esperará que as tempestades a obriguem a mudar. Adotará a mudança como forma de se fazer presente no mercado antecipando-se aos concorrentes. Verá a mudança como um imperativo de desenvolvimento. Transformará sua capacidade de executar mudanças em alicerce firme para as suas investidas rumo ao futuro.

Resistir a mudanças é próprio do ser humano, pois a mudança o desestabiliza, o retira de sua área de conforto e o lança rumo ao desconhecido. Por isso, é normal ter medo de mudar. Entretanto, evitar sistematicamente as mudanças pode significar deixar de crescer, estacionar, estagnar.
(Publicado no JNB em junho de 2018)