Já há alguns tempos ocorrem manifestações
pelas ruas das grandes cidades. Em alguns casos surpreendem a muitos tornando o
trânsito caótico, com a interdição de algumas das principais vias. Tudo em nome
da democracia.
Manifestar-se é um direito de qualquer
cidadão. Direito constitucional e direito humano. E é interessante que,
finalmente, muitas pessoas começaram a exercitar esse direito.
Existem várias maneiras de exercer o direito,
tanto no âmbito individual quanto no coletivo, de se manifestar: pelo voto,
através da mídia, nas vias púbicas, etc.
Voltando às manifestações, a mídia divulgou
amplamente todos os seus passos e entornos. Ficou clara a vontade de grupos
numerosos de cidadãos ordeiros enchendo vias públicas para exigir seriedade aos
nossos governantes, dentre outros objetivos. E tiveram algum êxito. Pelo menos
despertaram a atenção daqueles que se julgavam intocáveis.
Infelizmente, com muita frequência essas
manifestações tiveram momentos diferentes, podendo ser destacados dois: no
primeiro, uma manifestação sadia, organizada, civilizada. No segundo, nada de
manifestação. Pura desordem, vandalismo. Certamente os dois grupos não comungam
dos mesmos objetivos, dos mesmos propósitos. Nem devem possuir os mesmos conceitos
de cidadania. Enquanto alguns lutam por melhores condições de vida, outros se
limitam a brindar a sociedade com prejuízos de toda espécie.
Se for verdade o que aprendi desde muito
cedo, que “o direito de cada um termina onde começa o direito do outro”,
entendo que esses atos devem ser rechaçados de forma veemente pelas forças
constituídas. Não é admissível que se continue a assistir vândalos à solta
provocando impunemente todo tipo de atos incivilizados, e sendo apenas
observados pelas autoridades constituídas.
Está na hora de estabelecer com clareza os
limites entre a liberdade e o vandalismo. Tratar cada um deles de acordo com o
que está previsto pela lei. Efetuar todas as prisões necessárias e apurar
responsabilidades. Não é justo que o povo ordeiro pague a conta por prejuízos
causados por uns poucos irresponsáveis sem escrúpulos, que agem à margem da lei
e sem serem molestados por quem tem a obrigação de reprimi-los.
Está na hora das autoridades corresponderam às responsabilidades que lhes foram conferidas pelo sufrágio popular, pois até agora não o fizeram. E a população lhes está cobrando que cumpram o seu dever.
(Publicado no JNB em outubro de 2011)