O que
é o tempo? Quem sou eu no tempo? Qual a interferência do tempo em mim e em
minha vida?
A
palavra tempo possui muitos significados e inúmeras expressões com sentidos
diferentes. Mas, neste caso será tratado apenas o sentido de duração dos fatos,
ou seja, os segundos, os minutos, as horas, os dias, as semanas, os meses, os anos...
Sempre
que se fala de tempo, no contexto proposto, prevê-se ou pelo menos se
subentende a relação dele com as pessoas, e vice versa. É comum enxergar o
tempo intimamente ligado à própria pessoa e, em consequência, à própria vida: o
tempo decorrido em relação à sua existência ou a determinado momento dela, o
tempo disponível para as ações a serem realizadas e o que ainda resta para cada
ação e para a vida.
Sempre
que as pessoas se referem ao tempo tomam por base a si próprias, sua
existência, suas necessidades. Não é errado afirmar que o tratam como
propriedade particular, como algo que lhes pertence.
Mas,
se de um lado a pessoa se apodera do tempo como sendo seu, de outro, com
frequência se considera escrava desse mesmo tempo. É habitual ouvir pessoas se
queixarem de que não têm tempo para nada,
que o tempo é curto demais, que o dia deveria ser mais longo, ter mais horas...
Esse
é um fenômeno difícil de ser entendido ou mesmo elucidado, pois se no conceito
das pessoas o tempo lhes pertence e está relacionado a elas, por que ele falta tanto
para muitas? Existe algo errado (ou nas pessoas ou no tempo).
Quando
se tem a propriedade de algo, o normal é que se tenha também o seu domínio. Com
o tempo não pode ser diferente. A falta de tempo, com exceção de fatos isolados
e pontuais, é consequência da incapacidade da pessoa de administrá-lo. Se o
tempo é seu e não consegue retê-lo, então o problema está na pessoa: ou não
sabe usá-lo, ou é incapaz de administrar suas ações, pensando que deve realizar
sempre mais, sem estabelecer o tempo devido para cada ação.
A
preocupação, a falta de autoconfiança e a ausência de coragem de dominar o
tempo da forma como deveria, contribui para que se perca o seu controle. Então
surgem as preocupações e o stress. As
preocupações somadas ao stress interferem
negativamente na visão do todo e limitam a capacidade de interagir de forma eficaz
com as situações e de administrar as circunstancias adversas.
Muitas
vezes as pessoas perdem muito tempo preocupando-se em demasia com o passado e
com o futuro e se esquecem da importância do presente. Precisa estar cientes que
o passado já se foi e dele só resta administrar o legado eventualmente deixado
por ele. E o futuro ainda não chegou e é uma incógnita. E quando ele chegar não
será mais futuro, mas presente. Passado e futuro são intangíveis (não se tem
qualquer ação sobre eles). Tangível é o presente, onde tudo acontece e onde se
faz acontecer.
O
domínio do tempo é uma questão de atitude da pessoa: ter claro o que deseja
realizar em determinado período, estabelecer metas e estratégias para alcançar,
estimar prazos para cada tarefa, ser persistente, buscar o conhecimento
necessário, e ajuda se preciso, ter autoconfiança e trabalhar incansavelmente
afugentando e diluindo preocupações desnecessárias. E nunca se esquecer da
necessidade vital de dar-se um tempo para si próprio, para o descanso devido.
É importante fazer de cada momento presente um
perene aperfeiçoamento do próprio presente, amadurecido com o passar dos anos.
Isso supõe desenvolver a criatividade e negar-se a aceitar que tudo já foi
pensado, criado, realizado, e que serámos meros plagiadores daqueles que nos
antecederam.
Não existe uma única alternativa para a solução de
qualquer problema ou enigma. Através da criatividade é possível alcançar
resultados incríveis e inéditos. Esta capacidade criadora infinita, inerente ao
homem, deve ser cultivada no dia a dia, independentemente do tempo disponível.
Viver
intensamente o presente é a melhor maneira de perceber que se vive de acordo
com o que se estabeleceu. Esconder-se nos arquivos do passado ou na expectativa
do futuro é perder tempo, é deixar de construir, é fugir da realidade.
É
uma questão de atitude da pessoa, que deve escolher para si e vivenciar a cada
dia apenas uma dessas duas opções:
Ø Assumir
a condição de “eu e o tempo”, com
pleno domínio das situações e das circunstâncias, estabelecendo prazos e
colhendo os frutos esperados.
Ø Assumir
a condição de “o tempo e eu”, transformando-se
num joguete, subordinado às situações e circunstancias, perseguindo inglória e
constantemente o tempo, e obtendo resultados pífios ou nulos.