São frequentes os momentos da
vida em que as pessoas se deparam com situações que, por serem diferentes, lhes
causam dúvidas, incertezas, medo de errar, de prosseguir e de decidir.
É impossível que alguém nunca
tenha passado por momentos iguais a esses. É próprio do ser humano. A
disposição, a performance e a segurança correspondem ao momento presente de
cada pessoa. O estado de espírito da pessoa naquele momento marcam a atitude de
cada um.
Momentos de dúvidas sempre
existirão. E em muitos casos é preciso tomar decisões pontuais em prazos
inferiores àqueles julgados ideais. Aí entra a insegurança. Que decisão tomar?
A decisão a ser escolhida é a certa, ou apenas a menos errada?
A parte ruim é se deixar envolver
pelo medo de decidir. Se decidiu errado..., paciência: assume e corrige. Se
decidiu certo..., parabéns, foi um aprendizado. Ambos os casos se transformam
em lição.
Muitas vezes, apesar do medo, precisa
tomar uma atitude de coragem: fingir que se tem coragem e seguir em diante (mesmo
com medo!).
Precisa ser ousado. A ousadia é
uma virtude inerente aos fortes. Não é sinônimo de irresponsabilidade. Todos os
atos de ousadia devem estar amparados pela atitude consciente da pessoa, ou
seja, ousa sabendo que pode errar, mas faz por julgar ser a melhor decisão para
aquela circunstância. Ousar com planejamento e segurança. Quem erra numa
decisão dessas não deve se arrepender e nem se envergonhar dos resultados, pois
foi a atitude mais correta para aquele momento.
Nem sempre os resultados das
ações são imediatos. Muitas vezes eles se encontram mais adiante dos nossos
passos. Sempre haverá resultados. Mas, precisa ter vontade de atuar, de agir,
de fazer acontecer. Por mais obscuro que seja o momento, sempre há um caminho
para quem tem vontade de caminhar.
Todos têm medo em determinados
momentos. Algumas pessoas com mais ou com menos frequência que as outras. O
medo é consequência da limitação da matéria que compõe o nosso ser. Nós somos
matéria, por isso, somos limitados. Às vezes o medo surge em forma de alerta
para chamar a atenção frente à escolha da decisão mais correta a ser adotada naquele
momento. O medo não deve se transformar em algo inibidor, castrador de sonhos e
realizações. O medo é apenas o medo. E as pessoas são infinitamente superiores
a ele, pois, além da matéria que compõe nosso corpo, têm espírito e
inteligência capazes de guiar essa matéria.
Superar o medo é uma constância
dos vencedores, dos empreendedores, daqueles que não se importam com as
barreiras que as circunstancias lhes impõem. E para vencer o medo, não importa
o seu tamanho, precisa ser mais forte do que ele.
Precisa estar consciente de que o
medo existe e que ele pode nos surpreender a qualquer momento. Para conseguir
administrá-lo é muito importante não ter medo de ter medo. E subjugá-lo sempre
que aparecer.
Quando ele parece mais forte do
que nós, é preciso prosseguir a caminhada arrastando junto o medo, sem deixar
que ele nos arraste. E se o medo persistir em nos acompanhar, é importante dar
sequencia aos nossos passos com medo mesmo, mesmo se tiver que fingir ter coragem. Assim, o
medo não atrapalha. Incomoda um pouco, mas não interrompe o caminho.
(publicado no JNB em fevereiro de 2016).