quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Conflito



É a falta de entendimento entre duas ou mais pessoas. Todo indivíduo é uma fonte potencial de conflito. Duas pessoas são duas fontes. Três pessoas..., e assim por diante.

Quando duas ou mais pessoas compartilham de um mesmo ambiente podem entrar em conflito a qualquer momento e por qualquer motivo.

Conflito é o que impede, ou pode impedir o desenvolvimento harmonioso de uma convivência, de um processo, de um trabalho, de um objetivo, etc. Enfim, é tudo aquilo que tenta ou pode impor-se à vontade de alguém.

O conflito, pelo menos em potencial, sempre estará presente quando pessoas se relacionam. São diferenças de comportamento, de atitudes, de interesses, de personalidades, de percepções, de opiniões, de expectativas próprias de cada pessoa.

A possibilidade da atitude de uma pessoa impedir outra de alcançar um objetivo pode gerar um conflito, por pequeno que seja, entre elas. Discordar de uma opinião, de uma atitude, de um procedimento, pode gerar um conflito.

Até que ponto o conflito é prejudicial? Para alguns o conflito é sempre ruim e precisa ser evitado a todo custo. Para outros é inevitável e é mera consequência do convívio entre pessoas, pois é natural ao ser humano. Há, ainda, aqueles que acham o conflito necessário, para evitar que o ambiente se torne estático, apático sem chances de mudanças e inovação.

Independentemente de como as pessoas o encarem ou o conceituem, a verdade é que os conflitos existem e sempre existirão por mais coeso que seja o grupo. É necessário definir o que fazer com o conflito: deixar que flua normalmente, estancá-lo no seu surgimento, punir os envolvidos...

Muito importante é descobrir as causas do conflito e encontrar soluções. Para tanto é preciso que todas as partes concordem em buscar a solução mais apropriada. Aproveitar para extrair benefícios deles. Muitas vezes grandes ideias nascem de conflitos (pequenos ou grandes conflitos).

Identificar o conflito no seu nascedouro ajuda a solucioná-lo mais rapidamente. Muitas vezes sua origem é simples: uma palavra ou frase mal colocada, ou mal interpretada pode originar grandes conflitos se não for solucionado a tempo. Mas para que  a solução seja possível é necessário que todas as parte envolvidas estejam dispostas a colaborar.


(publicado em 27.11.2019)

Dignidade


Dignidade originalmente significa decência, honradez, virtude. Significa, também, consciência de si mesmo, amor próprio, brio.

Para Kant, a dignidade é o valor de que se reveste de tudo aquilo que não tem preço, ou seja, que não pode ser substituído por um equivalente. É uma qualidade existente apenas nos seres humanos.

Muitas vezes dignidade é confundida com posição social, com grau de instrução, com formação acadêmica, com o local de nascimento ou de residência, com etnia, e outros atributos buscados por muitas pessoas em nossos dias.

A dignidade tem a ver primeiramente com o caráter da pessoa. Com a integridade moral de uma pessoa. Com o conceito e vivência da ética.

Dignidade não se adquire no comércio, não se fabrica, não comercializa, não é objeto de escambo, não se furta, não se rouba. Mas, pode-se perder.

A dignidade nasce, cresce, e é forjada dentro da própria pessoa. Suas raízes estão na pessoa, nunca fora dela. E seus efeitos se manifestam através das atitudes, do comportamento da mesma pessoa.

A dignidade se desenvolve no dia a dia da pessoa através da forma como essa pessoa vive, como se relaciona com as demais. A dignidade não pode ser forjada: ou existe ou não existe.

A dignidade de uma pessoa estará sempre presente, em todas as suas atitudes, independentemente de estar sendo vista, observada, avaliada, julgada. Atua com dignidade em todos os seus momentos, pois ela é intrínseca a ela, faz parte de sua vida, ou melhor, é sua vida.

(publicada em 27.11.2019)

terça-feira, 12 de novembro de 2019

O seu momento


Nos dias atuais as pessoas se queixam de um grave problema coletivo: o stress. Algumas andam estressadas todos os dias, durante todos os momentos. O stress está para certas pessoas mais que a própria sombra, pois as acompanha diuturnamente, como se fosse onipresente.

E hábito buscar culpados externos, como a correria, as responsabilidades, o acúmulo de problemas, as deficiências do transporte coletivo, o trânsito, as condições sociais... O certo é que sempre se encontra pelo menos uma culpa originada fora da própria pessoa. Pelo menos é o que se fala. Muitos são mestres em identificar culpados para os próprios problemas. Culpados extremos, é claro.

Todos sabem que o stress prejudica o dia da pessoa, contamina a saúde, envenena a vida podendo reduzi-la significativamente, além de sacrificar a sua qualidade.

O stress pode ser provocado por motivos externos, mas é mais constante a sua origem interna, do íntimo de cada um. A presença constante do stress geralmente tem origem interna. É originada pela incapacidade de administrar o próprio dia. Basta analisar brevemente a maneira como se conduz o dia a dia para se chegar a essa conclusão.

Todas as pessoas têm mais de uma atividade para realizar durante o dia. Algumas estão soberbamente carregadas. Outras as têm em menor quantidade. Essas atividades possuem graus diferentes de complexidade, e algumas demandam de um tempo ínfimo para serem realizadas. E isso pode levar as pessoas a se preocuparem acima do necessário, a ponto de, às vezes, levá-las a pensar que devem realizar muitas coisas, senão todas, ao mesmo tempo. Daí ocorrem os atropelos: querer fazer tudo ao mesmo tempo, mesmo sabendo-se que não é possível.

Precisa administrar o próprio dia, estabelecer prioridades, definir prazos para cada uma, considerando também o tempo que cada uma precisa para si próprio como pessoa humana.

Administrar o próprio tempo é uma forma de atenuar o stress, e obter o equilíbrio. Acaba-se entendendo que a melhor maneira para se realizar as atividades num padrão de qualidade desejável é quantificá-las, entender a sua complexidade e realizar uma de cada vez. A cada ação em andamento, deve-se dedicar o tempo e a atenção necessários, sem se preocupar com a atividade seguinte. Uma atividade a cada vez, com toda a qualidade possível.

No estágio da vida em que se obtém esse equilíbrio, o nível de stress diminui consideravelmente, podendo até desaparecer.

O melhor remédio para alguém afastar o stress está nele mesmo: na sua atitude. Viver um momento de cada vez. Focar unicamente na atividade que está sendo realizada. Isso inclui as necessidades de pessoais de descanso, da alimentação, do cuidado com a saúde etc. Precisa ter presente que somente é possível dar daquilo que se tem. O nosso corpo é o maior provedor, por isso deve ser tratado com a prioridade necessária. Para realizar atividades com qualidade é necessário que a vida de quem realiza seja uma vida com qualidade. Exemplo de necessidades pessoais:

Alimentação: após uma manhã de trabalho duro, chega a hora do almoço. Que fazer? Muitos dizem que vão comer alguma coisa rapidamente para voltar correndo ao trabalho? É certo? Como vai responder o corpo após determinado tempo sendo tratado dessa maneira?

Hora da refeição é sagrada. É hora de relaxar, de esquecer todos os problemas de trabalho, de chefia, de trânsito..., e se dedicar exclusivamente à ela. É hora de reabastecer para enfrentar a segunda parte da jornada. Abster-se de comentários sobre os problemas de qualquer natureza. Nem imaginar de utilizar esse tempo para solucionar problemas. Evitar tomar as refeições na companhia de pessoas que não respeitam esse momento e que insistem em levar seus problemas profissionais à mesa. Melhor tomar refeições sozinhos do que acompanhados de pessoas com essa índole. E assim com os demais momentos que devem ser destinados ao bem estar da própria pessoa, incluindo, com todas as letras, o próprio horário de descanso. Foco na ação atual.

É imperativo viver um momento de cada vez. Administrar as atividades, os problemas, o tempo, a vida. Numa vida vivida nesse equilíbrio não há lugar para o stress. As suas preocupações devem se resumir ao momento da realização daquela determinada tarefa, na solução daquele problema, sem espaço para outros. Preocupações e problemas devem ser confinados aos respectivos momentos. Não podem ser uma constante na vida de ninguém sob o risco de ver-se cercado e engolido por eles.

Não se pode assimilar problemas que não nos cabe resolver, cuja solução está fora de nossa alçada. Esse é o pior dos casos: preocupar-se por algo de que não se pode dar solução, ou cuja solução nos é inalcançável.

Respeitar o próprio momento é viver um momento por vez. Faz para nós, para nossa saúde, para nossa vida. É qualidade de vida. Enfim, é vida de verdade.
(12.11.2019)