Sofrimento
é uma palavra que ninguém gosta de ouvir, nem de pronunciar e, principalmente,
de incorporá-la à sua vida.
Mas,
afinal, o que é o sofrimento?
Difícil
de se conceituar na prática do dia a dia. Cada pessoa possui suas próprias
definições, seus próprios parâmetros, seus pesos e suas medidas. Para alguns,
tudo o que contraria a sua vontade pontual é classificado como sofrimento. Para
essas pessoas o sofrimento não as abandona nunca. É uma presença constante. Sentem-se
eternas vítimas. Para outros porém, as contrariedades são apenas lapsos momentâneos
que podem e devem ser superados na mesma sequência e proporção em que se
apresentam.
Ninguém
nasceu para sofrer. O Criador nos fez para a felicidade. Seria o cúmulo da
ignorância imaginar que ele escolhesse as pessoas que teriam a incumbência de
ser felizes e aquelas que viriam ao mundo para sofrer. Seria a maior das
injustiças.
O
sofrimento existe, sim. Porém, é certo também que ele é gerado sobretudo pelas
circunstancias e pelas próprias pessoas. Se toda a sociedade (que é composta
por pessoas, individualmente) aceitasse a aplicar todos os recursos para o bem
estar das pessoas, na saúde, na educação, moradia, transporte, laser, no bom
relacionamento com todos, etc., tudo seria mais fácil, as pessoas seriam mais
felizes, menos egoístas, menos egocêntricas, e o sofrimento seria minimizado sensivelmente.
Por
isso, a ausência do sofrimento, físico ou espiritual, pode ocorrer. Senão na
totalidade, pelo menos na maioria absoluta dos momentos da vida.
Para
alcançar esse nível, é preciso que as pessoas se convençam que é possível e que
tudo seria facilitado a todos. Precisa que todos acreditem que é possível e se
emprenhem para tanto. Acreditar em si, na sua capacidade de ser feliz, de
espantar o sofrimento independentemente do seu grau é o primeiro passo para alcançar
essa blindagem.
É
uma escolha que se faz. Quem se deixa abater por coisas insignificantes terá
muitos momentos de sofrimento na sua vida. Ao contrário, aqueles que
descobriram que as contrariedades existem para nos tornar mais fortes são mais
felizes e não têm medo de capitular perante os grandes embates. Os pequenos
momentos de contrariedade, de sofrimento são como um treino para enfrentar os
grandes problemas. E a gente nunca deve esquecer que é melhor viver de escolhas
do que de opções.
É
importante que se acredite fortemente naquilo que leva à felicidade. Focar constantemente
o que faz bem. Tudo aquilo que surge para tentar nos desnortear ou nos tirar do
caminho feliz não deve tomar o nosso tempo precioso. Deve ser administrado, permanecer
fora de nós, embora sob nosso olhar constante. Os problemas não podem ser integrados
ao nosso ser, à nossa vida.
Precisa
reforçar o que é bom. Viver o maior tempo disponível naquilo que nos faz bem. Gastar
apenas o tempo estritamente necessário com o que nos desvia da felicidade.
Vibrar muito com as coisas boas e apenas administrar as ruins.
Isso
significa viver felizes, sem ou com pouquíssimo sofrimento, mesmo que nem
sempre os fatos se sucedem da forma que planejamos.
(Publicado no JNB em abril de 2016)