Ao falar sobre a verdade, o filósofo Arthur Schopenhauer assim se expressou:
Toda verdade passa por três estágios: no
primeiro, é ridicularizada. No segundo, é rejeitada com violência. No terceiro,
é aceita como óbvia e evidente.
Ninguém é detentor exclusivo da verdade. Não
é marca exclusiva de alguém. Não faz parte do DNA de uma única pessoa. Ela pode
se se apresentar diferente para cada pessoa. Alguma coisa se torna verdade a
partir do momento que é aceita pela pessoa. Por isso, não são bem vindas verdades
impostas. Verdade tem a ver com a crença, com a convicção e com a consciência de
cada um.
Mas, se analisado com cuidado o conceito de
verdade expresso pelo filósofo Schopenhauer, pode-se observar que muitas vezes
é isso mesmo que acontece. Num primeiro momento uma verdade pode ser
ridicularizada por que a maior parte das pessoas não teve a oportunidade ou a
disposição de analisá-la em todo seu contexto. E a insistência (mesmo que não
proposital) de não se aprofundar no assunto pode levá-la a ser rejeitada com
veemência, ou mesmo com violência, principalmente quando ela pode se apresentar
como uma ameaça às nossas crenças, ao nosso modo de ser, de nos comportar na
sociedade, ou quando ela pode implicar na perda de poder de qualquer espécie.
Quando, finalmente, todos a entenderem de fato, ela passa a ser aceita como óbvia,
inequívoca, evidente a ponto de se exclamar: como não pensei nisso antes! Essa
conclusão, porém, não é pontual para todos: ela atinge e conquista as pessoas
gradativamente. Enquanto alguns alcançam o terceiro estágio, outros ainda se
encontram no segundo ou no primeiro.
Muitas vezes a verdade é patente, evidente,
transparente, inconteste, e mesmo assim muitos não a aceitam (pelo menos
publicamente). Será que não a veem ou apenas não querem reconhecê-la? Será que
ainda não chegaram ao terceiro estágio ou apenas não querem dar o braço a
torcer?
Existem pessoas que não mudam de opinião
mesmo sabendo que estão erradas, e mesmo que direta ou indiretamente tenham
sido prejudicadas. Insistem no erro por medo, talvez, de ser desacreditadas, ou
de perder seu status. Criam subterfúgios para justificar sua forma de pensar,
de se manifestar, e tentar descaracterizar tudo o que viria a contradizê-las,
como se isso as rebaixasse diante dos outros. São mentes obtusas que não
aceitam que é possível aprender de outras pessoas, crescer e voar bem mais alto
do quanto estão habituadas.
Da mesma forma que o pior cego é aquele que não quer ver, pior do que estar errado é
persistir conscientemente no erro.