segunda-feira, 31 de agosto de 2015

CONSTRUINDO A FELICIDADE

O milagre da vida é o maior estímulo para a felicidade. Nada se compara a ele. O fato de existir já é motivo suficiente para ser feliz. A vida é o caminho para a felicidade. Todos merecem ser felizes.

O difícil, às vezes, é descobrir qual caminho seguir para encontrar a felicidade. É comum procurá-la e não encontra-la, buscá-la onde ela não está. Mas, ela está mais próxima do que se imagina. Ocorre que na busca a gente se utiliza dos olhos errados, demasiadamente materiais. Daí, a busca se limita às grandes coisas, grandes acontecimentos, como se estivesse preparada para pronta entrega, pronta para uso.


A felicidade tem que ser buscada com olhos diferentes: os olhos do interior, da alma, da simplicidade.

Existem caminhos formados por atitudes que estimulam a busca e facilitam o encontro da felicidade: ser otimismo, perseverança, conviver educadamente com as pessoas, respeito, altruísmo. Conviver com pessoas de bem, que também buscam a felicidade. Contabilizar todos os fatos positivos e administrar (apenas), os momentos de angústia, de desespero, de derrota. A derrota só é permanente, ou definitiva, quando as pessoas decidem e permitem que ela seja.


Aprender a observar os campos, os vales, as montanhas, os céus, o infinito, o cintilar das estrelas, a simpatia do luar com o olhar cândido daqueles que contemplam apenas para usufruir essas dádivas que a natureza e o seu Criador oferecem.


Aprender a ouvir os múltiplos acordes musicais da natureza: o cantar dos pássaros, o som da brisa, o rugir dos ventos, a orquestra das águas dos rios que serpenteiam em direção ao mar, o barulho do trovão, a voz dos vivos, a saudade dos que se foram.


Aprender a ouvir a maviosa orquestra do silêncio, identificando cada um dos instrumentos, cada acorde, cada solfejo, cada nota musical. A voz do silencio é a mais sábia, a mais doce, a mais suave. A voz que encanta.


A felicidade está em cada uma dessas coisas, visíveis e invisíveis, que nos cercam, incluindo pensamentos e desejos. É composta de minúsculos momentos, de atitudes, de acontecimentos, de pensamentos, de desejos. Juntos transformam-se na grandeza da felicidade.


A felicidade está à nossa disposição em cada lugar, em cada ato, em cada circunstância, em cada olhar, em cada sorriso, em cada pessoa que cruza a nossa vida. Está em nossos pensamentos, em nossos gestos. Está dentro de nós. Oculta, às vezes, mas sempre dentro de nós.


Para obtê-la é preciso buscá-la. Apanhá-la. Descobri-la e trazê-la para si. Fácil. O problema é que a gente insiste em querer encontrá-la completa, como um todo, pronta para ser levada, assumida, consumida. Mas não é assim. Ela se compõe de pequenos detalhes, como se fossem minúsculas sementes lançadas uma a uma à terra para só depois usufruir dos frutos. Precisa que seja montada peça por peça. Somente assim se torna duradoura. Não pode ser confundida com um objetivo, com data de ser alcançada: ela é um caminho, uma continuação, uma constante. Sem fim. A cada dia um pouco mais.


A chave da felicidade está guardada dentro de cada um. Isso significa que para ser feliz precisa, primeiro, que cada um entre e a busque dentro de si, pois, fora de nós encontramos apenas estímulos. Mas a decisão de ser feliz ou infeliz é de cada um, independentemente dos estímulos externos. Cada um tem a chave da sua felicidade. Cada um é a própria chave da sua felicidade. E essa chave não tem cópia: é única.

(Publicado no JNB em agosto de 2015)