O difícil, às vezes, é descobrir qual caminho seguir para encontrar a felicidade. É comum procurá-la e não encontra-la, buscá-la onde ela não está. Mas, ela está mais próxima do que se imagina. Ocorre que na busca a gente se utiliza dos olhos errados, demasiadamente materiais. Daí, a busca se limita às grandes coisas, grandes acontecimentos, como se estivesse preparada para pronta entrega, pronta para uso.
A felicidade
tem que ser buscada com olhos diferentes: os olhos do interior, da alma, da
simplicidade.
Existem
caminhos formados por atitudes que estimulam a busca e facilitam o encontro da
felicidade: ser otimismo, perseverança, conviver educadamente com as pessoas, respeito,
altruísmo. Conviver com pessoas de bem, que também buscam a felicidade.
Contabilizar todos os fatos positivos e administrar (apenas), os momentos de
angústia, de desespero, de derrota. A derrota só é permanente, ou definitiva,
quando as pessoas decidem e permitem que ela seja.
Aprender a observar
os campos, os vales, as montanhas, os céus, o infinito, o cintilar das
estrelas, a simpatia do luar com o olhar cândido daqueles que contemplam apenas
para usufruir essas dádivas que a natureza e o seu Criador oferecem.
Aprender a
ouvir os múltiplos acordes musicais da natureza: o cantar dos pássaros, o som
da brisa, o rugir dos ventos, a orquestra das águas dos rios que serpenteiam em
direção ao mar, o barulho do trovão, a voz dos vivos, a saudade dos que se
foram.
Aprender a
ouvir a maviosa orquestra do silêncio, identificando cada um dos instrumentos, cada
acorde, cada solfejo, cada nota musical. A voz do silencio é a mais sábia, a
mais doce, a mais suave. A voz que encanta.
A felicidade
está em cada uma dessas coisas, visíveis e invisíveis, que nos cercam,
incluindo pensamentos e desejos. É composta de minúsculos momentos, de atitudes,
de acontecimentos, de pensamentos, de desejos. Juntos transformam-se na
grandeza da felicidade.
A felicidade
está à nossa disposição em cada lugar, em cada ato, em cada circunstância, em
cada olhar, em cada sorriso, em cada pessoa que cruza a nossa vida. Está em
nossos pensamentos, em nossos gestos. Está dentro de nós. Oculta, às vezes, mas
sempre dentro de nós.
Para obtê-la
é preciso buscá-la. Apanhá-la. Descobri-la e trazê-la para si. Fácil. O
problema é que a gente insiste em querer encontrá-la completa, como um todo,
pronta para ser levada, assumida, consumida. Mas não é assim. Ela se compõe de
pequenos detalhes, como se fossem minúsculas sementes lançadas uma a uma à
terra para só depois usufruir dos frutos. Precisa que seja montada peça por
peça. Somente assim se torna duradoura. Não pode ser confundida com um objetivo,
com data de ser alcançada: ela é um caminho, uma continuação, uma constante.
Sem fim. A cada dia um pouco mais.
A chave da
felicidade está guardada dentro de cada um. Isso significa que para ser feliz
precisa, primeiro, que cada um entre e a busque dentro de si, pois, fora de nós
encontramos apenas estímulos. Mas a decisão de ser feliz ou infeliz é de cada
um, independentemente dos estímulos externos. Cada um tem a chave da sua
felicidade. Cada um é a própria chave da sua felicidade. E essa chave não tem
cópia: é única.
(Publicado no JNB em agosto de 2015)
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