Obstáculo é tudo o que afronta uma pessoa ou alguma coisa, e de uma
forma ou de outra impede que ela prossiga. O obstáculo pode ser físico, mental,
virtual, e às vezes pode até ser apenas fantasioso. Pode ser representado por uma
barreira física (um paredão, uma faixa de fogo, um cão raivoso, um rio, falta
de dinheiro, etc.). Pode ser falta de confiança na própria capacidade de atingir
a meta. Pode ser qualquer paradigma que os outros disseram que existe (que não
viu, mas que acredita nos outros e desiste da luta). Pode ser algo que nunca
existiu e que jamais existirá, mas é fantasiado (consciente ou
inconscientemente) como forma de justificar sua fraqueza e a sua desistência.
Enfim, pode ser qualquer modelo mental criado em qualquer época em sua cabeça,
e que por algum motivo se nega a permitir que seja modificado.
Henry Ford disse que obstáculos
são coisas terríveis que vemos quando tiramos os olhos do nosso objetivo.
Os obstáculos físicos, mentais, virtuais, ou de qualquer espécie,
imagináveis ou reais, só conseguem levar uma pessoa a desistir de seu intento
se ela o permitir. Um não a um
obstáculo se torna um antídoto para esse mesmo obstáculo e acaba abrindo
caminhos para a busca de alternativas para a sua superação.
Muitas vezes a pessoa é apressada demais: quer atingir as metas em
tempo record. É como se quisesse
subir uma escada começando já pelo último degrau. As escadas existem para possibilitar
o deslocamento gradativo e seguro de um plano mais baixo para outro mais
elevado, e vice-versa. E a melhor forma de chegar com segurança é utilizar um
degrau de cada vez. É sabido que a escalada de um degrau de cada vez independe
de se ter a visão de toda a escada, pois ela pode ser longa e também tortuosa. O
importante é que se tenha foco naquele degrau que está apoiando os pés enquanto
os olhos buscam pelo seguinte.
Acreditar na própria capacidade é decidir alcançar o sucesso. É
descobrir que é possível. Não importa o que as pessoas falam dos outros,
tampouco a forma como os julgam, e muito menos as conclusões que abstraem
desses julgamentos. Nem sempre a opinião dos outros a nosso respeito tem valor.
Por isso não há necessidade de aceitá-la, ou mesmo conhecê-la. As pessoas que
torcem pelos outros não os julgam, mas apoiam, dialogam e oferecem ajuda.
Existem pessoas tão negativas e autodestrutivas que não merecem sequer
nossa atenção. Elas se sentem tão pequenas que não aceitam o sucesso dos outros
e tentam contagiá-los com seus infortúnios, a ponto de tentar envolvê-los e
fazer parte de seus próprios fracassos. Mas essas negatividades atingem somente
os fracos, aqueles que lhes abrem as portas permitindo-lhes a entrada. Precisa
estar ciente que o que está ao redor está fora de nós. E o que está fora não
faz parte de nós, a menos que permitamos a sua entrada.
As vitórias sempre são mais saborosas quando atingidas com o próprio
esforço, e à revelia da opinião e dos julgamentos dos outros. Pequenos detalhes
e pequenos passos muitas vezes levam a alcançar vitórias grandiosas.
Alguém disse: “às vezes parece que o mundo virou de cabeça para baixo,
mas aí a gente ajusta o olhar e vê a vida por outro ângulo”. Os atropelos e os
tombos podem direcionar para visões diferentes daquelas que se imaginava ou se
buscava. Daí vai a capacidade de mudar a direção e contemplar outras paisagens,
outros horizontes, através de outros caminhos até então inexistentes.
Qualquer obstáculo pode ser minimizado através da atitude firme de
quem se propõe a superá-lo. Se o indivíduo se detiver a contemplá-lo considerando-o
um empecilho para a sua caminhada, ele realmente poderá se transformar num
paredão intransponível. Mas se a sua atitude for a de um vencedor, ou seja, se
ao invés de permanecer focado no obstáculo passa a buscar soluções, ele conseguirá
vencê-lo sem traumas, pois a atitude positiva é a melhor ferramenta para rasgar
novas sendas rumo ao infinito.
Nunca se deve insistir em uma única alternativa frente a qualquer
problema. A capacidade das pessoas em buscar alternativas é infinita. Precisa
ser como a água que contorna os obstáculos até encontrar um caminho para seguir
seu curso.
(Publicado no JNB em fev/2018)