quarta-feira, 25 de junho de 2025

O Leão e a sombra da vingança

Era uma vez, uma vasta savana. Nela vivia um leão enorme chamado Gluto. Um dia ele se tornou rei. Ele usou de muitas artimanhas para ser o escolhido: prometeu que lutaria por justiça, pela liberdade de todos, pela prosperidade do seu povo e pela paz duradoura em seu reino. Como ele era persuasivo e convincente em suas palavras e afirmações, todos acreditaram em suas promessas. Após eleito, porém, não demorou muito para revelar quem ele realmente era. Esqueceu-se de suas promessas e priorizou alimentar a sua vaidade e se vingar daqueles que ousaram contrariá-lo um dia.

Gluto criava decretos e impunha leis para beneficiar os seus amigos, desviava sutilmente parte da colheita dos campos, retinha parcelas dos recursos destinados às pessoas menos favorecidas, cobrava dos animais tributos cada vez mais elevados, enquanto ele descansava à sombra de baobás, coberto de ouro, e se deleitava com fartos banquetes.

Um porco-espinho chamado Secuide, que um dia concorreu com Gluto pelo trono, precisou se esconder por longo tempo em outra floresta, porque o leão estava determinado a destruir a sua toca, a da sua família e as dos seus amigos. Houve outros moradores desse reino, como a coruja Atenta e o javali Virgílio, que viram suas vidas desmoronarem, não porque tenham cometido erros, mas porque ousaram discordar do rei.

Mas, sem que percebesse, Gluto estava se tornando refém de sua própria sede de vingança. Enquanto ficava planejando novos castigo aos seus desafetos, ele se esquecia de atividades essenciais, como proteger os animais dos inimigos, armazenar água para os períodos de estiagem, melhorar os acessos às trilhas das migrações sazonais, dentre muitas outras. Um dia, uma seca terrível atingiu a savana. Os animais estavam cansados e famintos. Então, foram até o rei Gluto para pedir ajuda. Mas o rei leão além de não atendê-los ordenou que se retirassem de imediato se não quisessem ser presos.

Então, numa certa manhã bem cedinho, antes do nascer do sol e em total silêncio, os animais partiram sem deixar qualquer dica ou vestígio de seu próximo destino. Um a um, abandonaram o reino de Gluto, deixando a savana vazia para ele.

Gluto percebeu que estava só, sem ninguém para perseguir ou para explorar. Cego de raiva, começou a vagar pela savana seca e vazia, uivando com todas suas forças tentando vingar-se de tudo e de todos, mas já não tinha nenhum alvo para atingir.


Moral da estória: Quem governa com rancor e vingança cava sua própria derrota e solidão.

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terça-feira, 17 de junho de 2025

A raposa e o falcão (fábula)

Em uma vasta e distante floresta, havia uma raposa muito astuta que vivia enganando os animais para conseguir o que ela queria: roubava a comida deles, mentia e fazia promessas que nunca cumpria.

Certo dia, essa raposa observou um falcão que caçava bem acima das copas das arvores. Viu nele uma possível oportunidade de se dar bem, e gritou:

- Olá, amigão, você que consegue enxergar bem longe, que acha de fazer uma parceria comigo, que sou a melhor caçadora: você descobre as presas e eu as capturo, e dividimos tudo. Que acha?

O falcão, que de bobo não tinha nada, e conhecia as artimanhas dela, respondeu:

- Não, raposa, eu não confio em quem usa a astúcia para prejudicar os outros.

A raposa se sentiu humilhada, mas disfarçou com uma risadinha amarela, e continuou a enganar os outros sempre que podia.

Numa manhã de sol muito brilhante, a raposa viu um cabritinho dormindo tranquilo bem numa sombra perto de um penhasco. Não deu outra: ela decidiu atacá-lo e devorá-lo. Saltou com toda velocidade em direção ao cabritinho, mas viu que a terra ao redor era muito fofa e escorregadia. Suas patas deslizaram na terra fofa e ela desabou com tudo penhasco abaixo, se esfacelando sobre as pedras. Do alto de uma árvore próxima, uma sábia coruja viu tudo e deu o seu recado:

- Os maus podem até se dar bem por algum tempo, mas cedo ou tarde serão aprisionados em sua própria arapuca.


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terça-feira, 10 de junho de 2025

A raposa e a lança (fábula)

Em uma antiga floresta muito distante vivia uma raposa astuta chamada Sabidu. Ela era conhecida não só por sua esperteza, mas principalmente por sua crueldade. Sempre que desejasse alguma coisa, não hesitava em usar artimanhas para enganar os outros animais.

Certo dia, encontrou uma lança abandonada por caçadores, e teve uma ideia maldosa. “Com isso serei o bicho mais temido da floresta! Ninguém terá qualquer chance contra mim”, pensou. Assim, começou a usar a lança para ameaçar e ferir qualquer animal que cruzasse seu caminho, tomando-lhe a comida e o abrigo para si.

Isso começou a amedrontar os animais, que decidiram pedir ajuda e conselhos a um velho corvo, que além de muito sábio conhecia bem as leis da floresta. O corvo apenas disse:

- Aquele que com ferro fere, com ferro será ferido.

Sabidu zombou ao ouvir isso. “Quem poderia me ferir? Eu sou a mais forte!”

Mas o destino tem suas maneiras de ensinar lições. Certo dia, enquanto perseguia um coelho, ela tropeçou em uma raiz e caiu sobre a lança, ferindo gravemente uma das patas, o que a impediu de correr, além de ficar vulnerável. Os mesmos animais que antes eram perseguidos e maltratados por ela, agora a observavam com cautela, sem oferecer ajuda.

Sabidu aprendeu da pior maneira que quem usa a maldade e a violência contra os outros um dia será vítima dele próprio. E a floresta voltou a viver em paz.

Moral da estória: O poder, quando usado para subjugar os outros, um dia se voltará com toda intensidade contra quem o detém.


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segunda-feira, 9 de junho de 2025

quinta-feira, 5 de junho de 2025

O sussurro da floresta (fábula)

Havia uma floresta encantada onde todos os animais viviam em paz. Cada podia expressar suas ideias livremente, desde o rugido do tigre até o canto do beija-flor. Porém, um dia, a raposa, esperta e astuta, que dizia governar a floresta, resolveu impor uma nova regra:

- A partir de agora, apenas os mais fortes e mais privilegiados poderão falar! Os demais devem ouvir calados e obedecer.

No início, temerosos, muitos animais ficaram em silêncio. Assim, o lobo uivava suas ordens, a águia decretava novas regras do alto do pico das montanhas, e o urso rugia para intimidar os descontentes. Os mais fracos, coelhos, tatus, pássaros e outros, subjugados, comunicavam-se só com olhares e gestos. Mas, com o tempo, a floresta começou a mudar: a ausência do canto dos pássaros, deixava os dias muito silenciosos e tristes. Sem o alerta dos esquilos, muitos animais caíam em armadilhas. Sem o conselho das corujas, decisões precipitadas levaram a escassez de comida.

Foi então que, certa manhã, um pequeno grilo, com sua voz frágil, começou a cantar sozinho. Pouco a pouco, os pássaros se juntaram, seguidos pelos esquilos, as corujas e até os animais mais medrosos criaram coragem.

- Se só alguns podem falar, todos perdem!  disse a coruja.

Com isso, os animais concordaram em restaurar a liberdade de se expressar livremente, e os poucos privilegiados não conseguiram calá-los. A alegria voltou à floresta, e todos voltarem a ser livres e respeitados.

 

Moral da estória: Uma sociedade só cresce quando todos podem se expressar livremente. O silêncio imposto é uma sombra que sufoca o progresso.


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segunda-feira, 2 de junho de 2025

Criticar

Ninguém pode se considerar imune a erros. 

Todos nós os cometemos em algum momento, seja voluntária ou involuntariamente. 

E muitas vezes esses erros nos machucam, atrasa nosso caminho, atravanca sonhos. 

Por isso, é muito importante que, qualquer tipo de julgamento sobre atitudes de outras pessoas, seja primeiro precedido de profunda reflexão. 

É possível que o errado seja eu. Ou nem eu e nem a outra pessoa. 

Precisa ter sempre presente que toda vez que se aponta um dedo a alguém, no mínimo três outros dedos da mesma mão estão apontando para nós.


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