domingo, 15 de janeiro de 2012

CADÊ O MEU EMPREGO?

Uma das realidades no Brasil de hoje é o desemprego. Não é novidade ter amigos ou conhecidos (ou familiares) desempregados. O fantasma do desemprego atualmente é um dos fatores que mais intriga e preocupa qualquer trabalhador. A inatividade forçada, como se pode definir o desemprego, além das conseqüências negativas que traz pela falta de renda, fere a alma de qualquer um: de um lado o indivíduo tem a consciência de suas potencialidades e competências, de outro se sente impossibilitado de desenvolvê-las pelo simples fato de não lhe darem oportunidades.
           
Quais as causas do desemprego? Com certeza são inúmeras. Desemprego existe desde que existe emprego. Contudo, em determinadas épocas da História ele se acentuou e em outras, diminuiu. As grandes oscilações podem ser marcadas por transições históricas. O invento da máquina a vapor, por exemplo, tomou o lugar de muitos empregados, a robotização decepou um sem número de vagas, as modernas e grandes colheitadeiras esvaziaram os empregos nos campos, inchando as grandes cidades de migrantes em busca de condições de vida.
           
Nos dias atuais atravessamos outras fases muito críticas não só no Brasil, mas em quase todos os países do mundo, inclusive naqueles considerados pilastras de desenvolvimento no primeiro mundo. Mais uma vez a tecnologia é uma das causas desse problema, juntamente com a globalização, que é a grande madrasta, pelo menos para os países menos preparados. Produtos fabricados a baixos custos de produção em países com alta tecnologia são “despejados” nos países que não atingiram o mesmo patamar tecnológico, e a preços às vezes inferiores aos de produção desses países, provocando desestabilização, falências, diminuição dos postos de trabalho na indústria, comércio e serviços, além do estremecimento do saldo da balança comercial.
           
A globalização esta aí, ruim para quase todos, porém não creio que alguém possa se livrar dela, pois isolar-se pode significar suicídio. A melhor maneira de vencer um inimigo é conhecê-lo. Dar-lhe as costas equivale a reconhecer a derrota. É imperativo que enfrentemos a globalização com nossas próprias forças, preparando-nos dia a dia, enumerando a qualidade de nossa produção, extirpando os desperdícios de qualquer natureza, enfim, capacitando-nos para competir de igual para igual.

De nada vale choramingar, espernear, descabelar-se e jogar a culpa do desemprego sobre os outros, sobre o governo, ou amaldiçoar a globalização. A solução está no esforço das três forças mestras de uma nação: governo, empresariado e população. Todos devem dar a sua parte.

Publicado no JNB em julho de 1998

Um comentário:

  1. Adaptar-se e buscar algo diferente também pode ser a chave mestra para sair desta situação. Não são raros os casos de pessoas que tiveram que mudar seus planos e adaptar-se a uma nova situação para sobreviverem às constantes instabilidades. Muitos buscaram na iniciativa própria (uma boa parte inicialmente de modo informal) uma busca de soluções. Ressalto uma palavra importante no texto acima: "Capacitação". Este é, na minha opinião, o melhor investimento a ser feito por quem pensa em entrar seriamente no mercado de trabalho.

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