domingo, 21 de março de 2021

A assembleia dos ratos (fábula de Monteiro Lobato)

Um gato, chamado Faro-Fino, causou tremendo estrago no esconderijo dos ratos e um velho casarão fazendo com que os sobreviventes, amedrontados e sem coragem de sair das tocas, estavam prestes a morrer de fome.

O caso era sério. Então os ratos resolveram realizar uma assembleia para deliberar sobre a questão. Aguardaram para isso, uma determinada noite em que Faro-Fino andava miando sobre os telhados, fazendo sonetos à lua.

 

- Acho, disse um eles, que o meio de nos defender de Faro-Fino é lhe amarrarmos um sininho no pescoço dele. Assim, quando ele estiver se aproximando o sino o denunciará e podemos fugir a tempo.

 

Todos aplaudiram e saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado por unanimidade, com exceção de um rato casmurro, que pediu a palavra e disse:

 

- Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o sino no pescoço de Faro-Fino?

 

Houve silêncio geral. Um se desculpou dizendo que não sabia dar nó. Outro dizia que não era tolo. Enfim, todos estavam sem coragem. E a assembleia se dissolveu em meio consternação generalizada.

 

Moral da estória: dizer é fácil, fazer que é difícil!


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