Em uma floresta onde todos os animais viviam sob as leis da justiça, a esperta Raposa decidiu usar sua astúcia para eliminar um velho desafeto, o Coelho. Certa de que poderia manipular o julgamento a seu favor, a Raposa espalhou boatos entre os animais, dizendo que o Coelho havia roubado a colheita dos esquilos e enganado os pássaros ao vender sementes ruins.
A Coruja, conhecida por sua sabedoria, presidia o tribunal da floresta. Quando o dia do julgamento chegou, a Raposa apresentou suas acusações com grande eloquência, sem provas, mas com palavras tão bem construídas que convenceram a maioria dos animais. O Coelho tentou se defender, mas sua voz era fraca diante da multidão influenciada pela Raposa.
A Coruja, no entanto, não era facilmente enganada. Observando atentamente, percebeu que a Raposa parecia mais interessada em se livrar do Coelho do que em buscar a verdade. Em vez de condenar apressadamente, a Coruja decidiu investigar. Com paciência, ouviu os Esquilos e os Pássaros, que negaram ter sido enganados pelo Coelho. Descobriu, então, que as acusações eram falsas.
Diante da
revelação, a Coruja voltou-se à Raposa e disse:
- Quem manipula o julgamento para condenar um inocente prepara sua própria armadilha. A justiça não pode ser dobrada ao capricho dos astutos, pois a verdade sempre encontra um caminho.
Como punição, a Raposa foi banida do conselho dos sábios e perdeu a confiança dos outros animais. Isolada, percebeu tarde demais que, ao tentar condenar injustamente, havia cavado sua própria ruína.
Moral da estória:
Quem distorce a justiça para benefício próprio acabará vítima de sua própria
mentira.
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