sábado, 8 de setembro de 2018

AINDA DÁ TEMPO


A vida vai e vem, vem e vai...
O homem esquece que é humano,
De carne, ossos, inteligência,
De sentimentos e de amor.

Máquina planejada com perfeição,
De repente apresenta desvios,
Desgastes, defeitos.
A causa? O tempo que passou e perdeu.

Sobrecarregado, bombardeado de materialidades,
Na busca de coisas vãs,
Não se preocupa com o que vale a pena,
Que agrega valor e o edifica.

O seu coração, regado e enriquecido
De boas intenções e de sonhos,
Esvaziou-se, deu lugar, pouco a pouco,
A um amontoado de materialidades vãs.

Substituiu a educação singela do regaço materno,
A importância dos sentimentos, da amizade, da solidariedade
E do amor puro, pela busca obstinada e doentia
De bens efêmeros e posições superficiais.

Anos depois, abastado de riquezas, de posses,
Mas de coração vazio: nota que andou em círculos.
Perseguiu sua própria sombra (ou o seu rabo?!).
Não se reconhece e descobre que não é feliz.

Consumiu tempo valiosíssimo
Na busca daquilo que não lhe fez feliz.
Coisas que pareciam essenciais, mas não eram.
Importantes, mas não imprescindíveis.

Nessa encruzilhada deve decidir: correr sem rumo,
Ou parar, refletir, e retomar o caminho.
O primeiro caminho, mesmo que deva abandonar
Conceitos prioritários e buscados com afã.

Buscar o que é singelo, vestir a simplicidade.
Resgatar o relacionamento fraternal
Com quem está ao seu lado,
E que já não enxergava.


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