O
Brasil tem fama de ser um país corrupto. E não é por menos... É vergonhoso como
em pleno Século XXI, onde a tecnologia e a transparência se destacam (ou
deveriam se destacar), ainda existir casos tão escandalosos de corrupção envolvendo
inclusive altos escalões da vida pública.
E
mesmo com os casos escancarados para a população ainda existem os “caras de
pau” envolvidos que se declaram inocentes. E pior: gente da plebe, como nós, prejudicada
pela corrupção havida (ou quem sabe, ainda em andamento), defendendo esses
envolvidos, sob a argumentação de que no passado, em outros governos, também
havia corrupção.
Desde
quando um crime justifica outro? Desde quando alguém pode atribuir-se inocência
perante um crime praticado sob o pretexto de que outros já praticaram o mesmo
crime?
Os
danos causados pela corrupção são devastadores. Estão muito acima da vergonha
que deveriam sentir os envolvidos. Poucos se detêm a avaliar os verdadeiros
estragos. O dinheiro desviado pela corrupção origina um vazio bem maior daquele
que se está habituado a considerar. Inibe a realização de projetos voltados à
população. Prejudica a educação e a saúde, por que impede a construção e
manutenção de escolas e hospitais. Nega-lhe a moradia. Arranca-lhe o alimento
da sua boca, dentre outros malefícios.
No
Brasil os escândalos de casos de corrupção se sucedem num ritmo alucinado: não
dá tempo para esquecer um escândalo que já surge outro, e outro, e outro...
Será
que a causa é cultural? Creio que sim. Grande parte da população pensa em levar
vantagem sempre e em tudo. Nas pequenas e nas grandes coisas. Isso é uma forma
de corrupção.
Mas,
por que existem corruptos? A resposta é única: por que existem corruptores. E corruptores
são tão criminosos quanto os corruptos. Corromper alguém para levar vantagem
sobre outras pessoas também é crime. E o corruptor está na mesma linha de
maldade do corrupto.
Por
isso, vejo duas possibilidades de terminar de vez com a corrupção: ou
conscientizar a todos que não sejam corruptores, ou criar leis severas
envolvendo tanto o corrupto quanto o corruptor, considerando criminosos os
dois, no mesmo nível.
No dia em
que houver leis severas nesse sentido e, é claro, quando forem realmente
cumpridas independentemente de quem estiver envolvido, com certeza a
palavra corrupção se tornará algo do passado. E não precisarei mais escrever
sobre o assunto (que bom!).
(Publicado no JNB em abril de 2015)
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