sábado, 5 de julho de 2025

O sabiá e o papagaio (fábula)

Há muitos anos, numa floresta vibrante e cheia de vida, habitava um belo sabiá. Ele costumava acordar ainda de madrugada para começar a cantar. Ele queria, com o seu canto, semear alegria e bem-estar. 

Ao ouvirem o gorjeio apaixonado do sabiá, os outros animais e as aves sabiam que era hora de acordar para recomeçar o dia. Despertar todas as manhãs com uma música tão linda era muito gratificante. Por isso todos o admiravam e o amavam.

Em uma dessas manhãs surgiu um papagaio muito tagarela, habituado a imitar os outros. Acomodado sobre um galho de árvore bem em frente à plateia, ele se encheu de autoconfiança, pois se julgava superior a todos, estufou o peito e começou a implicar com o sabiá. Falava em voz alta para todos ouvirem que o sabiá era um fraco, um incompetente, que não sabia se adaptar a mudanças exigidas pela modernidade e que lhe faltava coragem para ser ousado.

"Você precisa cantar como eu", falava o papagaio, enquanto repetia o que ouvia de outros animais.

O sabiá, tranquila e sabiamente, retrucou:

"Mas eu canto melodias que eu mesmo componho, pertencem ao meu repertório pessoal. E minha música traz paz e bem-estar para a floresta".

Os animais presentes estavam divididos. Alguns preferiam o canto melodioso do sabiá, outros preferiam as imitações malucas do papagaio. Então, a discórdia tomou conta da floresta e a harmonia que havia começou a se desintegrar.

Certa noite, já um pouco tarde, surgiu no horizonte uma nuvem pesada, indício da chegada de uma tremenda tempestade, ameaçando os habitantes da floresta. 

Os animais ficaram muito apreensivos e começaram a se reunir ao redor de uma grande árvore para se proteger. 

O sabiá, percebeu a preocupação e o pavor dos animais e, sempre generoso e proativo, começou a cantar uma melodia suave para acalmar a todos. O papagaio entendeu a gravidade do momento, e viu que era hora de colaborar. 

Ele se aproximou do sabiá e os dois começaram a cantar juntos. Com essa atitude mantiveram os animais reunidos sob a grande árvore, esquecendo-se do medo da tempestade. Quando a tempestade passou todos perceberam que a diversidade de vozes é a chave para a união e para o sucesso.


Moral da estória: Em tempos de discórdia, a verdadeira força está na capacidade de unir diferentes opiniões e perspectivas para se chegar a melhor solução.