quarta-feira, 30 de abril de 2025

Não aponte o dedo

Sempre que apontamos o dedo para alguém, pelo menos outros três dedos da mesma mão estão apontando para nós. 

Por isso, a compreensão deve sempre preceder qualquer crítica, pois ninguém pode garantir que não errará um dia, e o julgamento que emitimos hoje pode nos alcançar amanhã.


Siga este blog: desça o cursor até o final do texto, clique em "Visualizar versão para web" e à direita clique em SEGUIR.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

O rouxinol e a floresta silenciosa (fábula)

Era uma vez uma floresta vibrante muito distante onde todos os animais podiam se manifestar livremente. O Rouxinol, com seu canto melodioso, contava estórias, alertava sobre perigos que se aproximavam e animava os dias carrancudos. O vento levava suas canções a todos os lugares, para deleite dos animais.

Certo dia a Coruja, que governava a floresta e se sentia dona de tudo e de todos, começou a se incomodar com a influência exercida pelo canto do Rouxinol sobre os outros animais. "Se todos falarem o que quiserem, esta floresta se tornará um caos", disse ela. Então, reuniu os conselheiros e decretou: "A partir de agora somente quem for autorizado poderá se manifestar ou cantar. Quem desobedecer será processado e silenciado."

No começo alguns animais concordaram, interpretando que isso beneficiaria a todos. Mas, como a floresta ficou silenciosa, não demorou para perceberem que sem o canto livre do Rouxinol os perigos não eram anunciados a tempo, as notícias demoravam a chegar, ou chegavam distorcidas, podendo a verdade ser manipulada, ou até ocultada. O medo se tornou geral, porque não se sabia mais o que poderia ser dito ou não.

Entretanto, o Rouxinol, de maneira sutil, continuou a cantar mesmo que com plateia reduzida. Seu canto era ouvido por alguns que o acompanhavam fielmente, se bem que meio simulado, como sussurros de folhas ou murmúrio de riachos. Pouco a pouco, outros animais criaram coragem e começaram a seguir seu exemplo, até que um dia a floresta inteira amanheceu transmitindo o ressoar de múltiplas vozes, livres novamente.

A Coruja ficou nervosa e num gesto ditatorial tentou silenciá-los, mas já era tarde. Os animais tinham descoberto que a verdade não pode ser manipulada ou aprisionada, e que uma floresta sem vozes não é uma floresta, mas uma grande e silenciosa prisão.

Moral da estória: A tentativa de controlar a livre manifestação transforma uma sociedade vibrante num deserto sombrio, mas a verdade sempre encontra um caminho para ressurgir vitoriosa.

(Para seguir este blog: desça o cursor até o final do texto, clique em "Visualizar versão para web" e à direita clique em SEGUIR.)

sexta-feira, 18 de abril de 2025

PÁSCOA

A Páscoa comemora a ressurreição de Jesus três dias após a sua crucificação, ressurgindo da morte para a vida. Resgatou-nos da escuridão do pecado e nos trouxe à luz da vida. Estabeleceu a grande vitória da vida sobre a morte.

Esse fato sugere que nos tornamos capazes de mudar a nossa vida, através de vários resgates:

Resgate das amarras que nos mantêm reféns das materialidades dispensáveis, da nossa teimosia cega que com frequência nos impede de ver a verdade, das vezes que nos buscamos desculpas com o objetivo de esconder nossa fragilidade. Resgate de tudo o que nos torna mesquinhos, fracos e medrosos perante as realidades da vida.


Esses e muitos outros resgates dependem de nós. Cabe a cada um de nós fazer a sua parte com galhardia, esperança e fé nAquele que se entregou por nós, mas que regressou glorioso para nos redimir.



Para seguir este blog: desça o cursor até o final do texto, clique em "Visualizar versão para web" e à direita clique em SEGUIR. 

quarta-feira, 16 de abril de 2025

A Luz e a Sombra (fábula)

Havia um vilarejo distante, cercado por densas florestas, onde habitavam dois espíritos ancestrais: Lumina, o espírito da luz, e Umbra, o espírito das sombras. Os dois espíritos viviam naquele local há muitos séculos e disputavam, sutil e silenciosamente, o coração dos habitantes.

Lumina era muito querida, por que espalhava bondade e esperança. Sempre que alguém se dispunha a ajudar o próximo ou compartilhar um sorriso, sua luz se fortalecia e iluminava a vila com um brilho dourado. Umbra, por sua vez, sussurrava palavras de inveja, de medo e de egoísmo, numa tentativa de apagar a luz de Lumina e mergulhar tudo na escuridão.

Certo dia, Umbra lançou sua maior investida: semeou a discórdia entre os moradores da vila, fazendo com que passassem a desconfiar uns dos outros. Muitas amizades foram destruídas, vizinhos se tornaram inimigos e a vila, antes próspera, ficou chata e sombria. O brilho de Lumina começou a enfraquecer, e Umbra acreditou que havia finalmente vencido.

No entanto, rapidamente uma jovem chamada Clara percebeu o que estava acontecendo. E ao invés de se render ao medo e à sombra, decidiu enfrentar a situação através da bondade: começou ajudando um vizinho idoso, depois reconciliou dois amigos que haviam brigado e, em pouco tempo, com gestos simples e com pequenas boas ações, foi reacendendo o amor e a solidariedade entre os habitantes do vilarejo. Cada boa ação era como uma centelha de luz que se espalhava entre as pessoas. Aos poucos, a escuridão de Umbra foi se dissipando, até desaparecer por completo.

A vila voltou a brilhar, mais forte do que nunca. E Lumina, triunfante, sussurrou à Clara: “O bem sempre vence quando há corações dispostos a espalhá-lo”. Desde então, a vila nunca mais temeu a sombra, pois aprendeu que, enquanto houver luz no coração de alguém, o mal não prevalecerá.

Moral da estória: A bondade de um único coração pode reacender a luz de multidões.


Para seguir este blog: desça o cursor até o final do texto, clique em "Visualizar versão para web" e à direita clique em SEGUIR.

terça-feira, 8 de abril de 2025

A persistência da gota d'água (fábula)

Em um vale distante, em meio a uma densa floresta que abrigava árvores frondosas, havia um enorme rochedo que se orgulhava de sua imbatível resistência. Ele era duro, imponente e acreditava que nada conseguiria abalar a sua solidez.

Certa manhã, uma pequena gota d’água vinda de uma nascente próxima caiu sobre ele.

- Que medo! Mas, quem você pensa que e para me molhar? zombou o rochedo.

- Sou apenas uma pequena e quase inexpressiva gota d’água, respondeu ela. Mas voltarei amanhã, e depois, e depois, e muitas outras vezes...

O rochedo não se conteve e se pôs a gargalhar. Como uma gota tão frágil poderia fazer-lhe qualquer diferença?

Dia após dia, a gota aparecia, e atingia o rochedo sempre no mesmo lugar. No início parecia que nada mudava. Mas, após muitos dias, começou a surgir uma pequena marca naquele ponto do rochedo.

- Isso não é possível, resmungou o rochedo. Eu sou muito forte, sou inabalável!

- Talvez você seja forte, respondeu a gota, mas eu sou persistente, e nunca desisto.

Os anos se passaram e a pequena marca virou um sulco. Depois o sulco tornou-se uma fenda. Até que um dia, o rochedo se partiu.

 

Moral da estória: Não existe obstáculo que não possa ser vencido quando se age com persistência.


Para seguir este blog: desça o cursor até o final do texto, clique em "Visualizar versão para web" e à direita clique em SEGUIR.

sábado, 5 de abril de 2025

A raposa e o julgamento injusto (fábula)

Em uma floresta onde todos os animais viviam sob as leis da justiça, a esperta Raposa decidiu usar sua astúcia para eliminar um velho desafeto, o Coelho. Certa de que poderia manipular o julgamento a seu favor, a Raposa espalhou boatos entre os animais, dizendo que o Coelho havia roubado a colheita dos esquilos e enganado os pássaros ao vender sementes ruins.

A Coruja, conhecida por sua sabedoria, presidia o tribunal da floresta. Quando o dia do julgamento chegou, a Raposa apresentou suas acusações com grande eloquência, sem provas, mas com palavras tão bem construídas que convenceram a maioria dos animais. O Coelho tentou se defender, mas sua voz era fraca diante da multidão influenciada pela Raposa.

A Coruja, no entanto, não era facilmente enganada. Observando atentamente, percebeu que a Raposa parecia mais interessada em se livrar do Coelho do que em buscar a verdade. Em vez de condenar apressadamente, a Coruja decidiu investigar. Com paciência, ouviu os Esquilos e os Pássaros, que negaram ter sido enganados pelo Coelho. Descobriu, então, que as acusações eram falsas.

Diante da revelação, a Coruja voltou-se à Raposa e disse:

- Quem manipula o julgamento para condenar um inocente prepara sua própria armadilha. A justiça não pode ser dobrada ao capricho dos astutos, pois a verdade sempre encontra um caminho.

Como punição, a Raposa foi banida do conselho dos sábios e perdeu a confiança dos outros animais. Isolada, percebeu tarde demais que, ao tentar condenar injustamente, havia cavado sua própria ruína.

Moral da estória: Quem distorce a justiça para benefício próprio acabará vítima de sua própria mentira.

terça-feira, 1 de abril de 2025

A águia e o tico-tico (fábula)

Era uma vez, em uma vasta floresta tropical, uma águia que voava alto, e observando tudo do topo de sua montanha. Ela era conhecida por sua força e astúcia, mas também por seu temperamento autoritário. Declarava-se a protetora da floresta, garantindo que todos os pássaros seguissem suas regras.

No entanto, os pequenos pássaros, como o tico-tico, começaram a sentir o peso das garras da águia. Eles eram constantemente vigiados, suas canções interrompidas e seus ninhos revistados. “É pelo bem da floresta”, dizia a águia, enquanto exigia que todos respeitassem suas ordens.

Certo dia, o tico-tico reuniu coragem e disse:

– Senhora Águia, eu canto para espalhar alegria e viver em harmonia com os outros pássaros. Por que me impede de ser livre? A águia, com seu olhar penetrante, respondeu:

– Pequeno tico-tico, sua liberdade pode causar desordem. Se todos cantarem o que quiserem, a floresta virará um caos. O tico-tico, que era pequeno, mas astuto, respondeu:

– Mas será que o silêncio imposto não transforma a floresta em um lugar sem alma?

Os outros pássaros começaram a ouvir a conversa. O sabiá, o bem-te-vi e até mesmo o tucano se aproximaram. Eles também sentiam o peso das asas da águia. Lentamente, começaram a cantar juntos, cada um com sua melodia, formando um coro de vozes.

A águia, ao ver a união dos pássaros, ficou furiosa. Tentou abafar as vozes, mas percebeu que sua força não era suficiente para silenciar a todos. Com o tempo, os pássaros continuaram cantando, dia após dia, até que a águia foi forçada a recuar para sua montanha, incapaz de controlar o espírito coletivo da floresta.

Moral da estória: A liberdade, mesmo quando sufocada, encontra força na união. Aqueles que tentam impor o silêncio à diversidade das vozes acabam enfrentando o poder de um coro uníssono pela justiça.Parte superior do formulário

^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^

Para seguir este blog: desça o cursor até o final do texto, clique em "Visualizar versão para web" e à direita clique em SEGUIR.