terça-feira, 26 de agosto de 2025

O rei arrogante (fábula)

Em outros tempos...

A floresta do Vale Verde abrigava um reino com uma grande quantidade de animais e de aves. O rei era um leão ignorante, ganancioso e arrogante que reinava como um absolutista. Não aceitava ser contrariado e tampouco permitia que lhe apresentassem sugestões de melhorias. Além disso detinha o hábito de humilhar seus súditos sobretudo os pequenos e mais fracos, exercendo um verdadeiro assédio moral sobre eles.

Um dia, para demonstrar seu autoritarismo, começou a humilhar vários bichos, chamando-os de inúteis, incompetentes, incapazes de qualquer coisa e vociferando que era ele quem os sustentava e que sem ele, todos morreriam de fome.

Eram tantas as ameaças e humilhações sofridas pelos pequenos animais, que ninguém ousava revoltar-se, reclamar, ou mesmo comentar sobre a situação, apesar da insatisfação de todos. Os animais maiores e os passarinhos também não ousavam se manifestar por temerem que a ira do rei os alcançasse.

Mas, um dia, um velho, sábio e respeitado corvo retornou de uma viagem que fizera a outro reino vizinho. Sobrevoando os povoados, inteirou-se da situação precária dos animais. Contrariado, no dia seguinte ele reuniu a todos numa clareira e disse, alto e em bom som, para que todos ouvissem:

- Todo rei deve ser um líder, não um tirano. E todo líder governa junto com seus liderados, anda com eles lado a lado, ajuda, anima e acolhe. Quando o rei se afasta de seus liderados e tenta impor-se através de ameaças acabará ficando sozinho.

Em seguida, convidou todos os animais a segui-lo em busca de outras paragens para implantar um novo reino. Os bichos aceitaram o convite e decidiram abandonar o lugar. Deixaram o leão sozinho, sem um único súdito para servi-lo.

A partir de então o rei leão ficou sozinho sem qualquer amigo, vagando pelas pradarias, revoltado por ter sido abandonado por aqueles cujas vidas, segundo ele, lhe pertenciam.

Outro reino se formou em outra floresta, onde os animais viveram em paz, liderados por um verdadeiro líder cuja palavra de ordem mais eloquente era o respeito.


Reflexão: O verdadeiro respeito não nasce do medo, mas da justiça e da dignidade.


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