Havia uma floresta encantada onde todos os animais viviam em paz. Cada podia expressar suas ideias livremente, desde o rugido do tigre até o canto do beija-flor. Porém, um dia, a raposa, esperta e astuta, que dizia governar a floresta, resolveu impor uma nova regra:
- A partir de
agora, apenas os mais fortes e mais privilegiados poderão falar! Os demais
devem ouvir calados e obedecer.
No início, temerosos,
muitos animais ficaram em silêncio. Assim, o lobo uivava suas ordens, a águia
decretava novas regras do alto do pico das montanhas, e o urso rugia para
intimidar os descontentes. Os mais fracos, coelhos, tatus, pássaros e outros, subjugados,
comunicavam-se só com olhares e gestos. Mas, com o tempo, a floresta começou a
mudar: a ausência do canto dos pássaros, deixava os dias muito silenciosos e
tristes. Sem o alerta dos esquilos, muitos animais caíam em armadilhas. Sem o
conselho das corujas, decisões precipitadas levaram a escassez de comida.
Foi então que,
certa manhã, um pequeno grilo, com sua voz frágil, começou a cantar sozinho. Pouco
a pouco, os pássaros se juntaram, seguidos pelos esquilos, as corujas e até os
animais mais medrosos criaram coragem.
- Se só alguns
podem falar, todos perdem! disse a
coruja.
Com isso, os
animais concordaram em restaurar a liberdade de se expressar livremente, e os poucos
privilegiados não conseguiram calá-los. A alegria voltou à floresta, e todos
voltarem a ser livres e respeitados.
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