Era uma vez, num país distante, um juiz chamado Dr. Demóstenes. Ele era conhecido por sua fala firme, convincente, e olhar agressivo quando se tratava de defender suas atitudes. E sua justiça era uma piada. Para se vingar de adversários, ou por força de favores diversos e obscuros, ele movia a balança da lei a seu bel prazer, condenando inocentes e absolvendo culpados.
Um dia, um humilde camponês, já sexagenário, chamado Seo Zé, foi acusado injustamente de roubo por um comerciante muito influente. Mesmo sem qualquer prova que justificasse a acusação, Dr. Demóstenes, provavelmente em troca de um saco de moedas declarou o pobre homem culpado. Seo Zé viu-se injustiçado, porém, limitou-se a erguer os olhos até encontrá-los com os do Juiz e murmurou:
- A justiça dos homens pode falhar, mas a justiça do tempo nunca erra.
O juiz zombou da suposta profecia do velhinho e seguiu sua vida, acumulando riquezas e condenando os desafortunados.
No entanto, com o passar dos anos, tudo começou a mudar. Um novo rei subiu ao trono e enviou seus auditores para analisar os processos julgados pelos juízes do seu reino. Ao revisarem os casos do Dr. Demóstenes, encontraram as injustiças que havia praticado e descobriram também os casos de corrupção. Ele foi preso e levado ao tribunal para ser julgado. Dr. Demóstenes tentou se defender, mas as mesmas leis que ele usara para destruir inocentes agora o condenavam. Sentenciado ao exílio, foi deixado sozinho em lugar longínquo, sem dinheiro, sem influência, sem ninguém que acreditasse em suas palavras. Enquanto caminhava sozinho pelo deserto, ouvia o eco das palavras do velho camponês:
- A justiça do tempo nunca erra.
E assim, a balança do destino encontrou seu equilíbrio.
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