quarta-feira, 20 de abril de 2011

MINUTO DE SILENCIO

As cenas de horror ocorridas dia 07/04/2011 na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro do Realengo, zona oeste do Rio, ganharam as manchetes da imprensa mundial. Era 07 de abril de 2011. Dia fatídico. A violência silenciou para sempre 12 crianças ainda no desabrochar da vida, portadoras de sonhos, de esperança, de vontade de viver. 12 vidas injustamente interrompidas.

Um único assassino ceifou a vida de 12 crianças, antecipando a Sexta Feira da Paixão para suas famílias.

O que poderá levar uma pessoa a praticar tamanha iniquidade? Raiva? Ignorância? Desprezo pela vida? Falta de Deus no coração? Jamais saberemos. A resposta será sepultada para sempre, juntamente com o autor dos disparos. O bandido era ex-estudante daquela mesma escola. Por isso, não era um ignorante. Teve sua oportunidade de estudar, de aprender.

A verdade é que a tristeza, as lágrimas e a comoção de uma nação inteira não trarão de volta aquelas 12 crianças.

Infelizmente, apesar da gravidade, não é um caso isolado. É claro que o fato de ter sido um massacre de crianças, a repercussão não poderia deixar de ser tão grande. Mas, diariamente vidas são ceifadas no Brasil, por causa de latrocínios, balas perdidas, vinganças, ou outros motivos que, por grandes ou pequenos que possam parecer, não justificam o ato.

Está na hora de valorizar a vida. A vida de todos. Desde o nascimento da criança até o último momento. Só assim para transformar este num mundo melhor, onde todos têm oportunidade de ser correto, de ser gente de verdade, pois interromper uma vida é  interferir nos planos de Deus.

Está na hora de cultivar a cultura do bem, da criatividade, da valorização da vida, de tudo aquilo que agrega valor às pessoas e aos seus atos.

Nossa solidariedade às famílias atingidas pelo massacre do dia 07/04/2011. Nossa solidariedade, também, às famílias que enterram (e às que já enterraram) seus filhos, cujas vidas foram interrompidas bruscamente por motivos fúteis, ou até sem qualquer motivo. Nossa torcida para que nenhum pai e nenhuma mãe devam sentir a dor de enterrar um filho.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O TEMPO: realidade ou ilusão?

Desde o nascimento as pessoas iniciam um longo aprendizado. Aprendem a chorar, a mamar, a sorrir, depois a balbuciar as primeiras palavras, a engatinhar, a caminhar... E todas as demais pessoas que o cercam julgam ter algo importante para lhe ensinar.

Os primeiros anos passam. Surge a grande preocupação de preparar o rebento para a vida, para o futuro. Ingressa na pré-escola. Começa o ensino fundamental. Passa para o ensino médio. Ingressa na Universidade. Passa os anos da sua juventude sentado em bancos escolares. Aprende a ler. Lê muitos livros. Faz inúmeros exercícios. Aprende a escrever. Aprende a se comportar na sociedade, a falar com desenvoltura. Faz cálculos, domina outros idiomas. Enfim, assimila tudo o que se diz que contribuirá para a formação do homem maduro e moderno.

É imensurável a gama de informações despejadas sobre esse aprendiz. Aprende história, desde os tempos mais remotos, a idade da pedra, as conquistas, as guerras dos primeiros povos. Estuda os grandes pensadores, os filósofos, as Cruzadas, as aventuras gregas, o império romano, a formação dos países modernos, as alianças entre nações, e muito mais. Exigem-lhe conhecimentos profundos de geografia, decora o nome dos países, das suas capitais, de seus idiomas, religião, tamanho da população, rios, montanhas...

É minuciosamente testado sobre os feitos dos heróis do passado. Memoriza princípios e teorias descobertos por gênios de outros tempos e aprende até a aceitar alguns como definitivos e incontestáveis. Habitua-se a repetir o que outros disseram, fizeram, realizaram, criaram, com o compromisso de não se distanciar dos princípios básicos e fundamentais já definidos.  Em síntese, é grande a preocupação de rechear o seu cérebro de informações que, apesar de válidas, são limitadas, pois condicionam ao plágio e restringem a liberdade de criar e de inovar.

É dada pouca ou nenhuma importância ao desenvolvimento criativo do seu cérebro com o objetivo de prepará-lo para buscar princípios próprios, teorias novas, verdades ainda não reveladas. É como se tudo já tivesse sido dito, feito, criado, descoberto, sem nada mais restar para se criar, inventar, descobrir. Como se a inteligência humana tivesse chegado ao limite com o registro de escritos de grandes pensadores ou com o advento de descobertas que revolucionaram o mundo nos longínquos séculos que nos antecederam.

Existem fundamentos importantes que não se aprendem no decorrer desses anos todos. Princípios ocultos guardados em algum lugar muito recôndito do cérebro, os quais só vêm à tona se buscados com paciência, afinco, competência e muita persistência.

Dá-se muita ênfase à trilogia presente-passado-futuro, mas sem esclarecer suficientemente o seu significado. Incute-se grande importância ao passado dos outros e à preparação do futuro, reservando pouquíssimo tempo para o presente, que é o marco da vida de todos.

Com freqüência o passado é apresentado como a fonte do saber e, portanto, a parte mais importante da vida. Para muitos “ensinadores” o passado é a fonte de tudo, é a experiência, é a vida. Na seqüência, apresentam o futuro como algo de enorme importância, como objetivo da vida das pessoas. Assim, as pessoas aprender a pautar a sua vida na busca do saber descoberto no passado, para preparar o seu futuro. Nisso é consumido a maior parte do tempo de cada pessoa.

E do presente pouco se fala. Pouca importância é reservada ao presente. Equivocadamente se dá menos importância, ou pouca importância, ou quase nenhuma importância para a melhor parte da vida: o presente.

O presente é a melhor parte. Diria que é a única parte que realmente interessa, pois é o momento que se vive, é a própria vida que se desenvolve no presente. É no presente que tudo acontece. Nada acontece no passado e muito menos no futuro, pois ambos não existem como momento. Pode-se obter a imagem do passado, qual fotografia que leva a recordar momentos bons ou ruins, intensos ou despercebidos, ricos ou pobres. Do futuro, nem a imagem se tem: o que pode existir é a expectativa ou, quem sabe, o sonho. E todos sabem que os sonhos são apenas sonhos podendo tornarem-se em fatos somente no presente.

Então, o que são o passado, o futuro, o presente?

 

O passado


O que mais acontece no aprendizado é evocar os feitos próprios ou alheios acontecidos, ou seja, do passado. Se alguém fizer um balanço do que aprendeu durante os longos anos vividos nas salas de aula, perceberá que a maior parte do espaço foi preenchida na empreitada de decorar teorias criadas por cientistas, filósofos e outros grandes mestres.

São teorias corretas na maioria das vezes. Grande parte do tempo foi gasta no aprendizado da história universal, desde os fatos mais remotos até algumas décadas atrás, onde se rememoram os heróis, as grandes conquistas, as grandes guerras, a criação das nações modernas, etc. Existe quem imagina que franzir a testa e resgatar fatos ocorridos no passado é sinal de sabedoria. Povos perdem grande parte do seu tempo lembrando o passado. Dá-se tanta ênfase ao que ocorreu no passado que, muitas vezes, esquece-se de viver no presente.

Tudo isso tem sua importância. Mas não é só isso que é importante. Cultivar a inteligência de cada um e desenvolvê-la é extremamente importante.

É importante resgatar o passado. O nosso passado e o passado de nossos ancestrais, de nossos amigos de quem quer que seja. É a origem das origens do homem. Mais importante, porém, é que esse resgate permita que do passado se abstraiam experiências que contribuam para a construção e o aprimoramento do presente.

Cultivar em demasia as lembranças do passado pode provocar o abandono do presente. O passado já passou. O presente não, mas passará! Agarrar-se ao passado é deixar de viver o presente.

O passado é o conjunto de momentos presentes já vividos. Tudo o que se atribui ao passado nada mais é do que realizações executadas em momentos presentes que já vivemos.

O nosso passado, por exemplo, é como o nosso rastro, as nossas pegadas: lembram que por lá passamos, mas não resgatarão nossos pés. São a imagem de nossos pés, mas nunca os próprios pés.

Essa imagem, essa lembrança tem valor apenas se contribuir para que nossos pés atinjam o objetivo traçado. Assim é certo dizer que a lembrança do passado é a imagem do veículo que nos conduziu ao atual momento presente. Nada mais.

 

O futuro


O que é o futuro?
Todos aprendem que ele existirá, que é necessário se preparar constantemente para ele. Mas o que é o futuro? É possível preparar-se para o futuro? E alcançá-lo?

Disseram-nos, ainda, em nossa infância, que existem o passado, o presente e o futuro. E que a grande meta é preparar-se para o futuro. A vedete sempre foi o passado, onde se buscam os grandes exemplos, as grandes verdades, as grandes virtudes.

E o presente? Ficou esquecido. Talvez porque ele é mais complicado, porque exige mais, porque é o único momento que requer a nossa ação, a nossa decisão. Falar do passado é fácil, pois o homem não o possui. E quanto ao futuro..., bem, o futuro ainda não chegou, por isso, pode-se falar dele à vontade. Ninguém pode garantir que não acontecerá o que para ele se projeta. Mas, a exemplo do passado, o homem também não possui o futuro. Ninguém sabe se o alcançará.

Como momento, o futuro não existe. Aquilo que se denomina futuro é o momento presente seguinte ao atual. É o presente que sucederá a este presente: o próximo presente. Deixa de ser futuro para ser presente tão logo o atual presente passar. E assim sucessivamente. O futuro nada mais é que o próximo presente. E o atual presente, o próximo passado. Próximo não significa futuro? Então o presente é o futuro passado. Se próximo é futuro, então o próximo passado também é futuro.

O presente


O ponto central de tudo é o presente. O que se denomina passado já foi presente, nada mais é senão o presente já vivido. Quando vivermos o próximo presente (aprendemos a dizer que é o futuro), o atual presente se torna passado (porque não denominar de ex-presente?).

Se o homem não detém o passado e não alcançou o futuro, resta-lhe o presente. E é dele que menos se fala. Pouca importância se lhe dá. Talvez porque ele assusta mais do que o passado e o futuro juntos. Incrível: valoriza-se menos o presente, apesar de ser o único que a gente possui de verdade, que se detém, se domina, que se pode manipular, que permite construir, destruir, pensar, pelo qual se pode transformar tudo. É só no presente que se atua, que se ama. Impossível qualquer ação no passado e no futuro.

Será que quando as pessoas se detêm em demasia no passado e no futuro, em detrimento do presente, não estarão assumindo uma forma velada e erudita de fugir do presente e evitar a necessidade de assumir todas as suas nuances, as suas exigências e a obrigação constante de ser criativas para transpor todos os obstáculos que aparecem no dia a dia?

Se o passado é o conjunto de infinitos momentos presentes já vividos e que nunca mais retornarão, transformados em lembranças, a soma daqueles momentos vividos intensa ou lentamente, ou despercebidos, enfim, os inúmeros momentos que receberam o carimbo da existência do homem, o presente é o momento do pensar, da escolha, da decisão, do fazer, do realizar.

Não se vive o passado e do passado. Tudo o que dele se abstrai, só tem valor se usufruído no presente.

É no presente que se vive. É no presente que se tomam as decisões, que se erra, que se acerta. O que conta é o presente. É o exato momento. É o piscar de olhos. O presente é o momento que faz. O momento que realiza.

É no presente que se age. Se não se pode dominar o passado, porque se preocupar tanto com ele ou porque dar-lhe tanta importância? Se não se consegue ter qualquer ação sobre o futuro, para que ele existiria? Então podemos afirmar que passado e futuro não existem como momento, ou pelo menos não contam. Se o passado é a lembrança e o futuro a expectativa, o mistério e a ilusão, de positivo resta o presente.

O presente é o “momento zero”. Aquele que permite planejar, executar, viver. Ninguém consegue viver o passado, porque ele não “é”, não retorna (é possível apenas resgatar a sua lembrança). Tem-se apenas ação sobre aquilo que “é”. Nunca sobre aquilo que “foi”, ou que “será”, ou que “poderá ser”. Todos os atos são praticados no “momento zero”, porque é o único tempo que “é”. É no “momento zero” que o homem respira, se emociona, age, ama, odeia, cria, vive, realiza.

Ninguém consegue respirar, se emocionar ou agir nos momentos presentes já vividos - apelidados de passado - mas apenas no momento atual, no presente. O presente é um conjunto de etapas que se vive de forma ativa ou passiva, consciente ou inconsciente. A linha que limita e separa cada um dos momentos presentes é imaginária e não é óbice para se agir. Isso significa que não se sabe exatamente quanto dura cada momento presente. Não se conhecem os limites do presente, onde começa e onde termina. Também não se sabe quantas vezes começa e quantas termina.

É possível que comece e termine uma única vez: o momento do nascimento pode ser o início do presente, e a morte o seu término. O que é sabido é que nenhum momento já vivido pode ser revivido, por maior que seja o esforço, por mais desenvolvida que seja a tecnologia. O que se consegue é obter a sua imagem espelhada na sua lembrança. Essas lembranças podem ser muito próximas ou remotas. O momento vivido pode apenas ser lembrado, independentemente da intensidade com que tenha sido vivido.

É como olhar para a fotografia de nossos antepassados: por mais que os admiremos, ou os amemos, não poderemos resgatá-los para a vida presente por um único milésimo de segundo. Será apenas uma imagem que trará boas ou más recordações, que fará lembrar de bons ou maus momentos vividos.

O fim do presente e o começo do futuro. Daí surge outra pergunta: onde termina o presente e começa o futuro? Ou, ainda, onde começa o passado? Já se sabe que o futuro como momento não existe e que poderá existir apenas como o presente vindouro. É uma projeção, uma expectativa. Além de não poder ser demarcado, não se tem qualquer domínio ou qualquer ação sobre ele, porque toda ação possível ocorre no presente.

Pode-se propor ou idealizar tudo o que se quiser para o futuro, que ninguém poderá comprovar que não ocorrerá, porque o futuro é uma expectativa, e toda expectativa pode ser projetada para frente, mesmo que não tenha muitas chances de ser realizada. Se ficar estabelecida uma determinada data ou um determinado horário para ser o nosso futuro, este continuará sendo uma expectativa, e quando alcançado não será nada mais do que o presente de então.

Daí advém outra pergunta: se passado e futuro são inatingíveis, se sobre eles não se tem qualquer ação concreta ou qualquer domínio, para que serve a sua defesa, o seu cultivo? Se o passado é lembrança e o futuro expectativa, subentende-se que de pouco servem para o homem. Já se disse que as lembranças podem trazer benefícios somente se gerarem experiências ou fatos capazes de enriquecer as ações do presente. Essas ações, porém, são todas executadas no presente.

Para as lembranças terem sentido, devem ser capazes de indicar alternativas que auxiliem tomadas de decisões presentes. Já as expectativas são sempre incógnitas: estima-se que as ações poderão ser tomadas, mas em outros momentos presentes ainda não atingidos. Não se tem o domínio sobre elas. Têm-se a expectativa de executá-las, mas nenhuma certeza de execução.

As economias ou tesouros amealhados nos tempos presentes já vividos, frutos de trabalho e estratégias, só podem ser desfrutadas no presente. Ninguém desfruta ontem aquilo que só obterá hoje. Ninguém tem certeza de gastar amanhã algo que possui hoje, se não sabe sequer se para ele existirá o amanhã. E o amanhã, quando alcançado, será o próximo hoje, portanto, o mais novo presente, o futuro passado mais recente.

Da mesma forma como o passado não pode ser retomado, o futuro nunca será alcançado, pois se for estabelecido um momento definido como sendo o futuro, ao ser alcançado se tornará presente. Por isso é certo afirmar que, no plano material, o futuro não existe como momento, mas apenas como expectativa, ou como mistério. Alguém (não lembro quem foi) já disse que “o passado está morto, o futuro uma incógnita, e o agora é uma dádiva, por isso o chamamos de presente”.

Passado e futuro só podem ser concebidos e entendidos a partir do presente. Dependem em tudo do presente. O passado é a lembrança, o arquivo. O futuro apenas a expectativa, o sonho, a vontade.

As lembranças podem ajudar. É salutar lembrar episódios do passado, exemplos vividos, experiências arquivadas e disponíveis à visitação. Isso pode trazer conforto, facilitar a tomada de decisões com mais segurança, alertar sobre erros cometidos e ajudar a evitar que se repitam. Tudo o que está arquivado no passado fez parte de algum momento presente deixado para trás (o que não trilhou por esta senda é lenda, ilusão, invenção ou mentira). Por isso, ao rememorar esses feitos, percebe-se que a maior parte deles permanece no esquecimento. A mínima parte é trazida à tona.

Provavelmente isso ocorre porque esses feitos não foram muito importantes, e pouco ou nada podem contribuir para o presente. Se não são importantes, não vale a pena buscá-los. Se buscados, deve ser com a finalidade de contribuir para o aperfeiçoamento do presente.

Idêntica argumentação pode ser aplicada a tudo o que diz a respeito ao futuro. As pessoas aprenderam a se preparar constantemente para o futuro, mas ninguém disse quando será o futuro e, tampouco, quanto tempo durará e muito menos por quanto tempo esse futuro deve ser preparado e com qual intensidade. Alguns acreditam que o futuro é a outra vida, alcançada após a morte. Outros, céticos, não acreditam sequer nessa outra vida. O que é certo é que o futuro não está ao nosso alcance, pelo menos como momento presente.

Aperfeiçoar o presente. Desta forma, partindo-se do princípio de que o passado não retornará jamais, e que o futuro não está ao nosso alcance, voltemos ao presente. Este pode ser conhecido, vivido. É nele que tudo acontece, que se busca a sabedoria, que se ama. Nada melhor para coroar o passado, do que viver intensamente o presente. Por esse caminho se prepara tanto o futuro mais próximo quanto o mais distante, ambos representados pelos próximos momentos presentes.

É importante fazer de cada momento presente um perene aperfeiçoamento do próprio presente, amadurecido com o passar dos anos lembrando que, como momento material, ele começa com o nascimento e termina com a morte. Aí desaparecem o presente, o passado e o futuro materiais para dar lugar à vida exclusivamente espiritual.

Aperfeiçoar o presente significa, sobretudo, negar-se a aceitar que tudo já foi pensado, criado, realizado, e que somos meros plagiadores daqueles que nos antecederam. Aceitar passivamente teorias já formuladas no passado, mesmo que estejam matematicamente corretas, será negar nossa capacidade criativa, nossa inteligência.

É preciso romper paradigmas, desenvolver as potencialidades e buscar alternativas para a execução das ações decorrentes das teorias já inventadas.  Não existe uma única alternativa para a solução de qualquer problema ou enigma. Será a criatividade como ação no momento presente que poderá alcançar resultados incríveis e inéditos.

Esta capacidade criadora infinita, inerente ao homem, deve ser cultivada no dia a dia. Acomodar-se na aceitação do que já foi dito e definido não é aperfeiçoar o presente, mas adormecê-lo, condená-lo.

Valorizar o presente. Daí a importância de valorizar o presente, o que existe de verdade. O passado não é tão importante. Ele não existe mais como algo que permita qualquer ação. Apenas existiu - quando era presente. A preparação do futuro - se é que se pode preparar o futuro, pois sequer sabemos quando ele começará - se dá vivendo o presente com toda a intensidade.

Por isso, preocupar-se com o presente é a melhor maneira de dizer que se viveu de acordo com o que nos foi exigido ou nos propusemos desde o começo. Esconder-se nos arquivos do passado ou na expectativa do futuro é perder tempo, é não viver adequadamente, é deixar de construir, é fugir da realidade. Viver intensamente o presente é valorizar o futuro passado e garantir um próximo presente ainda mais promissor.

Evocar menos o passado e deixar de preocupar-se tanto com o futuro e, em conseqüência, viver voltado para o presente aperfeiçoando-o cada vez mais, é a verdadeira maneira de viver.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

FIM DE LINHA?

Nesses dias o mundo inteiro assistiu a despedida do futebol de Ronaldo Nazário, o “Fenômeno”. Emocionado, triste e feliz ao mesmo tempo, Ronaldo comoveu a todos pela sinceridade de suas palavras e pela humildade que sempre o acompanhou.

As lágrimas de um os maiores craques do futebol brasileiro eram lágrimas de tristeza porque sentia que estava deixando de lado uma fase da vida marcada por grandes realizações, glórias, vitórias. Mas eram, também, lágrimas de alegria, porque representavam um momento em que o craque virava uma página importante de sua vida para iniciar outra, com certeza tão gloriosa – ou mais – que a anterior.

Chora-se de dor, sim. Mas, chora-se de alegria também. E chorar de alegria é deixar transparecer a felicidade incontida dentro da pessoa. É confortante chorar de alegria, pelas lembranças de feitos do passado, de vitórias marcantes.

Independentemente dos clubes por onde Ronaldo passou, em todos deixou a sua marca de garra, de luta, de vitórias, mesmo que acompanhadas de grandes sacrifícios físicos.

É por isso que Ronaldo é grande, é querido no mundo todo. É um exemplo de lutador que não se deixa abater pelo sacrifício, não mede esforços, e tem ciência de suas potencialidades e de suas limitações.

É um exemplo para todos nós: enfrentou todas as dificuldades com garra, conquistando inúmeras vitórias, fama mundial, sem perder a humildade de um homem que sabe que, apesar de tudo, é apenas um homem. Tomara que consigamos imitá-lo em nosso dia a dia.

Um grande exemplo para nossos jovens: buscar incessantemente aquilo que se quer alcançar, sem se importar com percalços, com os abismos, com qualquer dificuldade. O sabor da vitória apaga as cicatrizes deixadas pelos sacrifícios da luta.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

GESTÃO DE PESSOAS HOJE

GESTÃO DE PESSOAS - Arte de ser gente e conviver com gente!


O que é gestão de pessoas - Maneira moderna de gerir as pessoas nas organizações, considerando-as parceiras, com objetivos próprios, capazes de criar, de inovar e de desenvolver as atividades com eficiência e eficácia. Propõe o encantamento dos colaboradores para que encantem os clientes.

A evolução na história

1. Ausência de políticas. As pessoas como peças de uma engrenagem. Não havia estrutura voltada às pessoas como pessoas.

2. Relações industriais - Era da industrialização clássica. Estrutura burocrática, centralizadora, rígida, inflexível. Cultura organizacional com foco no passado, na tradição, na experiência. Conservacionista. Ambiente estático, sem mudanças. Pessoas controladas por regras rígidas. Foi um passo importante para reconhecer as pessoas.

3. Recursos humanos - Era da industrialização neoclássica. Pessoas como recursos humanos. Estrutura organizacional mista: ênfase na departamentalização, por tipos de produtos ou serviços. Cultura organizacional com foco no presente. Valorização da adaptação e da renovação. Controle das pessoas através dos objetivos organizacionais. As pessoas passaram a ser vistas como pessoas, valorizando suas competências, conhecimento, habilidades, capacidades, destrezas, etc.

4. Gestão de pessoas (a partir de 1990) - Era da informação. Estruturas organizacionais flexíveis e descentralizadas. Valorização da mudança, da inovação, do conhecimento, da criatividade das pessoas. Pessoas como seres humanos proativos e inteligentes. Ênfase nas equipes e não nas especialidades individuais. Incentivo à liberdade e comprometimento para motivar as pessoas. Pessoas tratadas como o melhor patrimônio da organização. Pessoas tratadas como parceira: respeitando suas individualidades, sua personalidade, suas aspirações, seus valores, suas atitudes, sua criatividade, motivação e objetivos pessoais.

O papel das pessoas nas organizações. Não existe organização sem pessoas, que são: o patrimônio mais valioso de qualquer organização. O motor e o combustível que mantêm ativas as engrenagens que movimentam as organizações.

As pessoas são imprescindíveis para a existência de qualquer organização. Elas definem os rumos das organizações, a qualidade dos produtos e serviços, a sua sobrevivência, o seu crescimento, ou o fim da própria organização.
As pessoas são a imagem das organizações.

Motivação. O comportamento das pessoas e seus diferenciais. O que pode motivar uma pessoa dentro de uma organização: Respeito e Dignidade – Reconhecimento – Valorização – Segurança – Perspectivas (plano de carreira) – Remuneração – Treinamento.

A soma da motivação de cada um dos colaboradores de cada equipe define o nível do clima organizacional. O que eleva o clima organizacional: Respeito, Dignidade, Reconhecimento, Valorização, Segurança, Perspectivas – plano de carreira, Remuneração, Treinamento. O contrário também é verdadeiro.
Papel do líder na equipe.

Liderança: alma da equipe. O líder influencia as pessoas pela comunicação e carisma. Deve ser versátil, identificar anseios e necessidades, fornecer respostas, ter habilidade para interpretar missão, visão, objetivos, estratégias e valores da organização, estabelecer prioridades, planejar e programar atividades em equipes, solucionar problemas e conflitos, delegar responsabilidades, acompanhar e orientar pessoas, ser coach.

Líder institucional - Pessoa indicada pela organização para conduzir equipes e alcançar os objetivos organizacionais. São os gestores. Nem sempre possuem habilidades de liderança. Podem adquiri-la.

Líder espontâneo - Surge naturalmente das equipes e não exerce cargo de comando dentro da organização. Possui características peculiares, e pode não exercer a liderança em todas as situações. O papel desse líder nas organizações é muito importante. Às vezes é o elo entre a equipe e o líder institucional, ou a própria organização.

Feedback - Maneira de observar uma atitude, um comportamento ou um trabalho, e compartilhar e criticar os efeitos do resultado da pessoa envolvida. Estabelece um relacionamento profissional profundo entre gestor e colaborador.

Feedback negativo: Valoriza os aspectos errados do trabalho e não considera o que está correto. Dá ênfase ao negativo, desestimulando a motivação dos colaboradores e, ainda, podendo incutir-lhes medo de voltar a errar, comprometendo a criatividade em trabalhos futuros.

Feedback positivo: Aproxima o colaborador do gestor, e vice versa, estimula ao crescimento, agrega valor, porque valoriza os aspectos positivos do trabalho e administra os negativos. Valoriza o acerto e orienta a correção do erro.

O que deve ser criticado é o comportamento do funcionário, ou o seu trabalho, nunca o próprio funcionário.

(palestra proferida no Bco. Santander-SOE em 14/01/2011)

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

BEM VINDO, 2011.

“Olá, você chegou? Seja bem vindo!
Você está trazendo boas notícias prá nós?
Nem pense em preguiça, ou em repetir a atuação do seu predecessor, o 2010.
Você está sendo esperado com muita esperança por todos. Nem tente decepcionar...
Se decepcionar a gente, você vai passar e ninguém vai sentir saudade de você...
Se você for ‘bonzinho’, você vai ser lembrado prá sempre e por todos.
Faça a sua parte que nós vamos fazer a nossa.
A gente vai ser mais otimista, mais “up”, mais alto astral.
A gente vai trabalhar mais, se esforçar mais, desanimar menos, desistir nunca.
A gente sabe que precisa trabalhar em conjunto: você dando condições e a gente buscando alcançar os objetivos.
Nada de “trairagem”: se prometer tem que cumprir. E alcançar. Cada um fazendo a sua parte. Interagindo sempre, em todos os momentos.
Vai precisar ter sorte? Que seja!
De nossa parte a gente vai dar sempre uma forcinha a mais. E enxergar sempre mais longe. Prá chegar mais longe. Sem olhar para traz.
Você entendeu, caro 2011? Se não entendeu eu posso repetir!...
Acho que a gente vai se dar bem. E vai ser feliz. E vai ter sucesso. E vai se sentir realizada.
Vamos arregaçar as mangas? ”

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL!

Natal significa nascimento.

Para os cristãos é a celebração do nascimento daquele que se despojou temporariamente dos privilégios da divindade para vestir a roupagem humana, assumindo a miséria, o sofrimento, a necessidade de lutar, a fome, a sede, enfim, todas as deficiências inerentes à humanidade. Ele assumiu, também, os aspectos positivos do humano, as potencialidades, a inteligência, a força, a vontade, o amor. Por isso ele foi “um de nós”. Foi igual a nós, mesmo sabendo que era diferente. E por ser um de nós, sujeitou-se a assumir as condições oferecidas aos humanos.

Revestido da condição humana, ele quis provar que é possível ser diferente e igual ao mesmo tempo. Ser igual e diferente entre os iguais. E a sua diferença foi a sua entrega àqueles que buscam nele as respostas para as próprias perguntas e, principalmente, ter-se deixado imolar para resgatar a esperança de salvação à toda a humanidade.

Por isso, Natal é tempo de reflexão. De alegria. De esperança. De certeza que existe alguém que continuamente vela por nós e quer a nossa felicidade.

Desejo a todos que este seja o Natal da alegria e da esperança. Que todos os problemas que aparecerem se transformem em trampolins para nos impulsionar em direção aos objetivos, à felicidade.

Feliz Natal.

sábado, 18 de dezembro de 2010

MAIS UMA VEZ

Mais uma vez estamos na reta final de um ano que termina. Mais uma etapa da nossa vida se conclui. Mais uma vez temos a satisfação de ter vivido outro ano. E vivemos.

Fim de ano. As cortinas do palco da vida se fecham outra vez. De um lado da cortina, nós (protegidos, ocultos por ela). Do outro, a platéia que nos assistiu, que nos julgou e se manifesta através de aplausos (muitos, ou poucos: demorados ou rápidos – apenas protocolares), ou vaias. Ou (quem sabe...) o silêncio (este é pior que as vaias, pois significa que passamos sem ser percebidos!).

Ou será que estivemos o tempo todo “do outro lado”. Na platéia. Talvez durante o ano nunca fomos atores, nos contentamos a ser apenas um na platéia. Ser sempre só platéia é estar acomodado, com falta de vontade, de criatividade, sem objetivos.

Pode ser que nunca estivemos na platéia. E além de ter sido sempre atores, fomos os artífices da peça que apresentamos. Neste caso a satisfação é imensamente maior.

O mais importante não é a reação da platéia (aplausos ou vaias. O silêncio é sempre ruim!). O que vale é a sensação do dever cumprido e a disposição de prosseguir.

O fim de um ato não é o fim da peça. O fim da peça não é o fim da carreira. Quando alcançamos uma meta não significa que já atingimos tudo o que queríamos. É apenas uma meta alcançada. Deve-se traçar novas metas. E começar a buscá-las de imediato. Não existem férias para alcançar as metas. Além do horizonte que a nossa vista alcança existe outro horizonte. Depois dele, outro, e outro, e outros.

Assim é o final de um ano: ele termina para deixar lugar a outro, novo, cheio de esperanças. Não importa como foi o ano que está terminando: importa o jeito como o vivemos e a forma como pretendemos viver o próximo. A esperança nunca deve esmorecer. A vontade de vencer, a perseverança, a coragem e a certeza de vencer também não.

Por isso, que este ano que está no fim seja um trampolim através do qual possamos tomar impulso para mergulhar profundamente em 2011. E que 2011 traga muita felicidade a todos.

Feliz Natal.
Feliz Ano Novo.