sábado, 10 de maio de 2014

DIA DAS MÃES

O dia das mães, como os demais eventos importantes do ano, é marcado por uma correria desenfreada na busca de presentes. Mas hoje, dia das mães, não vou falar de presentes, nem de festa, nem de nada daquilo que é despejado na mídia para buscar clientes.

Vou falar da minha mãe. Ela gostava de ler tudo o que eu escrevia. Sei que está lendo também estas linhas que dedico a ela neste dia. Ela foi muito importante para mim e meus irmãos. Mulher firme, forte, trabalhadora, religiosa, a melhor professora. Caráter de lutadora, marcou nossas vidas, e se tornou presente em nós. Aprendemos com ela. Seu modo de ser, de ver as coisas, o mundo, interpretar os acontecimentos, moldaram o meu caráter, o meu jeito de encarar a vida, de enfrentar os imprevistos, de buscar solução para os problemas. Sua simplicidade e autenticidade, seu espírito cristão ensinou-me a amar e a seguir o Salvador.

Mas Deus quis levá-la, e os anjos vieram buscá-la para sempre. A ela, que me vê, me ouve e me acompanha do lugar onde estiver, a minha gratidão pelo que me passou, me ensinou, pelo exemplo que me deu. Mãe, sinto muito orgulho de ser seu filho.

Uma homenagem, enfim, a todas as mães: às jovens, às idosas, às que amam. Às mães que são mães por acaso e às que são mães de verdade. Àquelas que assumem seu papel até as últimas consequências. Ser mãe é ter uma grande missão, e toda missão, para que tenha êxito, deve ser vivida até o final. Uma homenagem especial à mãe de meus filhos.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

AMIZADE


Muito se escreveu, e muito se escreverá ainda sobre o tema “amizade”. Isso porque o assunto nunca se esgotará. Mais que uma palavra, “amizade” é uma forma de vida, um jeito de ser e de viver.

Não importa a distância. Ou como se diz habitualmente, a distância é o que menos conta. Ou também: a presença física não é relevante.

São expressões que, de alguma forma, servem para avaliar a solidez de uma amizade. E existe coerência, pois a amizade, quando verdadeira, sólida, não resultado de momentos de impulsos, dispensa a obrigatoriedade do contato físico (ou da presença como muitos preferem) para se manter acesa. A chama da amizade se alimenta da realidade dos amigos, que supõe honestidade, transparência e muito altruísmo. Anos de distância física não exterminam uma amizade. Nem diminuem a sua intensidade. Também não a colocam em dúvida. A amizade é para sempre.

Ora, se a amizade é para sempre, é óbvio que os amigos também são para sempre. Quando os amigos se vão, desaparecem da nossa vida, estão declarando formalmente que não eram amigos, mas apenas colegas, companheiros de jornada, etc., que se uniram a nós por interesses pessoais (conscientes ou inconscientes). Às vezes apenas sentiram necessidade de amparo e viram em nós um ponto de apoio seguro, uma bengala, algo que lhes desse alento pontual, mas que no primeiro momento de dificuldade, ou quando imaginaram que não teriam mais necessidade, desapareceram. Outras vezes buscam amigos para auferir privilégios, ou para obter vantagens pessoais. São os pseudo-amigos. Não diria sequer que são falsos amigos, mas apenas supostos amigos. Essas pessoas provavelmente nunca terão amigos, por que a todos tratarão dessa mesma maneira. E quando perceberão, estarão sozinhos. E será tarde.

Os amigos são para sempre. Talvez seja por isso que são poucos. A vida os seleciona e permanecem conosco apenas os amigos de verdade. Os outros se vão. E apesar desse fato às vezes nos surpreender, ou de nos deixar entristecidos, logo percebemos que não eram amigos e que foi bom que tenham ido.

A amizade verdadeira nos dá a certeza de que não andamos sozinhos, mesmo que pareça estarmos completamente desacompanhados. A lembrança de nossos amigos atenua a nossa angústia, dando-nos a certeza que estão sempre conosco em espírito e sempre torcendo muito por nós. E a recíproca é verdadeira. Do contrário a amizade não subsistiria.

A lembrança da convivência passada, das palavras trocadas, da certeza que tudo é recíproco ajuda a trilhar pela senda segura. A amizade permite, mesmo na distância, viver momentos iguais com os amigos, mesmo que de forma diferente. Permite renovar o normal a cada dia, tornando-o diferente, inédito, mais aprazível. Essas atitudes modificam a nossa vida no dia a dia. É o crescimento originado pela certeza de estar sempre acompanhado, mesmo que a milhares de quilômetros de separação física, permitindo o crescimento mútuo, homogêneo.

Quando se tem amigos, as contingências da vida não passam de rotinas, podendo ser transpostas uma a uma, dia após dia, com a coragem daqueles que sabem que a melhor de todas as vitórias é aquela em que participam as pessoas mais queridas.

A amizade, no silencio dos momentos intensos ou morosos de nossa vida, nos transforma lentamente tornando-nos diferentes, e mais felizes.

(Publicado no JNB em abril de 2014)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

NOSSA HISTÓRIA

Nossa história de amor
Começou num simples olhar,
Uma paquera
Sem compromisso.

Um aperto de mão,
Momentos de presença,
De companhia,
Momento de lazer.

Um beijo, meio sem graça,
(Foi apenas o primeiro).
Um segundo beijo, terceiro...
Brotou o amor.

Amor duradouro,
Regado de respeito,
Muita paixão,
Muita felicidade.

Filhos...
Germinados na alma,
Transformados pouco a pouco,
Feitos rebentos de amor.

Os dias passaram...
Semanas, meses, anos...
Mas o amor permaneceu.
A felicidade também.

sábado, 28 de dezembro de 2013

PROSPERIDADE

Se queres um ano de prosperidade, cultive trigo.
Se queres dez anos de prosperidade, cultive árvores.
Se queres cem anos de prosperidade, cultive pessoas.

(provérbio chinês).

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

TRANSFORMAR-SE PARA TRANSFORMAR

A vida é um processo constante. Ela começa no dia da nossa concepção e se encerra em nosso último suspiro. Pelo menos a vida terrena. É como se as cortinas fechassem, e a gente ficasse de um lado, e a plateia de outro, mas sem se ver.

Durante esse processo, muitas coisas acontecem, ou poucas. Depende. Muitos fatos serão marcantes e marcarão nossos dias e os dias de muita gente. Pode-se viver esperando as coisas acontecerem. Ou pode-se fazer essas mesmas coisas acontecerem. Esta é a questão: aguardar passivamente, ou ser seu próprio artífice.

Deixar acontecer ou fazer acontecer. Ser conduzido pela vida ou viver a vida, conduzindo-a.

Todo início prevê um fim. É obvio, pois tudo o que é material tem seu período de vida. Ser humano é fazer parte deste estado material. Se cada humano tem um começo (nascimento) e um fim (morte), tudo de material que o envolve também tem um tempo limitado.

Se todo início é prenúncio de seu próprio fim, vale a pena começar? Para os fatalistas e pessimistas, não. São aqueles que esperam que tudo aconteça. Já para aqueles que optam por administrar a própria vida tudo é diferente. Mesmo cientes que muito pode acontecer à revelia de sua vontade ou de sua previsão, não se entregam à passividade dos fatos. Geram os fatos, ou no mínimo os transformam.

As casas, por exemplo, não importa se grandes ou pequenas, suntuosas ou simples, são todas construídas à base de elementos existentes na natureza. A capacidade, a vontade e a persistência humana transformam esses materiais, tornando-os habitações que abrigam bilhões de pessoas. Seria mais simples deixar tudo em seu estado natural e abrigar-se sob árvores, em cavernas, em buracos, ou ao relento. O exemplo pode parecer forçado, mas é real, faz refletir que tudo o que é transformado teve um começo muito diferente. Assim, toda vez que se decide ser ator ao invés de plateia, participa-se do processo de transformação da vida.

É importante parar para refletir sobre a vida e sobre o que ela espera de cada um. É uma forma de se dar valor. Refletir sobre os próprios feitos, naquilo que já se conquistou, na garra necessária para se perseguir aquilo que não se alcançou, mas que se deseja muito alcançar. Refletir é dizer para si mesmo que ainda há espírito de luta e esperança.

A reflexão é um caminho muito eficiente para se escolher os objetivos que realmente valem a pena perseguir, e para descobrir os melhores caminhos para atingi-los.

Refletir sobre as vitórias obtidas, sobre as derrotas. As vitórias conquistadas ensinam o caminho para outras vitórias. As derrotas são lições de vida, e elas podem se tornar marcos de empreitadas seguras e promissoras de conquistas duradouras.

É muito importante deixar claro que todos podem administrar a própria vida, fazer as coisas acontecerem e transformar os imprevistos. Ninguém nasce para ser menos capaz que os outros. Basta fazer a própria parte. Buscar respostas através da reflexão, da inteligência e do trabalho. Não precisa buscar grandes feitos. Os pequenos feitos, somados, podem ser muito mais importantes do que grandes realizações isoladas. Não se pode esquecer que toda matéria é formada por minúsculas partículas. Também não precisa ter a preocupação de ser notado.

Lembremo-nos do sol: ele está aí todos os dias dando-nos luz, calor, energia, vida... sem receber qualquer pagamento ou reconhecimento. E nem por isso deixa de cumprir sua missão.

Na vida de cada um, as conquistas são obtidas pouco a pouco. E a soma das pequenas conquistas se transforma em grandes feitos, em grandes vitórias. E é preciso que cada uma dessas pequenas conquistas chegue ao seu final, para poder começar outras, e outras, e tantas outras quantas forem necessárias.

É bom lembrar que tudo o que se começa terá um fim: é o prenúncio de uma conquista e, consequentemente, a possibilidade de se recomeçar e obter outras, outras, e muitas outras conquistas.

Por isso, olho no horizonte: ele está sempre aí disponível para ser alcançado. Para alguns ele pode estar muito distante. Para outros, muito próximo. Mas, a sua distância é proporcional à intensidade da força e da vontade de cada um. Horizonte é vida. É combustível que impulsiona a engrenagem dos passos rumo ao crescimento, à realização, às vitórias. Olhar para o horizonte e seguir em seu encalço é a diplomação dos vencedores.

(Publicado no JNB em dezembro de 2013)

domingo, 3 de novembro de 2013

LIBERDADE OU VANDALISMO?


Já há alguns tempos ocorrem manifestações pelas ruas das grandes cidades. Em alguns casos surpreendem a muitos tornando o trânsito caótico, com a interdição de algumas das principais vias. Tudo em nome da democracia.

Manifestar-se é um direito de qualquer cidadão. Direito constitucional e direito humano. E é interessante que, finalmente, muitas pessoas começaram a exercitar esse direito.

Existem várias maneiras de exercer o direito, tanto no âmbito individual quanto no coletivo, de se manifestar: pelo voto, através da mídia, nas vias púbicas, etc.

Voltando às manifestações, a mídia divulgou amplamente todos os seus passos e entornos. Ficou clara a vontade de grupos numerosos de cidadãos ordeiros enchendo vias públicas para exigir seriedade aos nossos governantes, dentre outros objetivos. E tiveram algum êxito. Pelo menos despertaram a atenção daqueles que se julgavam intocáveis.

Infelizmente, com muita frequência essas manifestações tiveram momentos diferentes, podendo ser destacados dois: no primeiro, uma manifestação sadia, organizada, civilizada. No segundo, nada de manifestação. Pura desordem, vandalismo. Certamente os dois grupos não comungam dos mesmos objetivos, dos mesmos propósitos. Nem devem possuir os mesmos conceitos de cidadania. Enquanto alguns lutam por melhores condições de vida, outros se limitam a brindar a sociedade com prejuízos de toda espécie.

Se for verdade o que aprendi desde muito cedo, que “o direito de cada um termina onde começa o direito do outro”, entendo que esses atos devem ser rechaçados de forma veemente pelas forças constituídas. Não é admissível que se continue a assistir vândalos à solta provocando impunemente todo tipo de atos incivilizados, e sendo apenas observados pelas autoridades constituídas.

Está na hora de estabelecer com clareza os limites entre a liberdade e o vandalismo. Tratar cada um deles de acordo com o que está previsto pela lei. Efetuar todas as prisões necessárias e apurar responsabilidades. Não é justo que o povo ordeiro pague a conta por prejuízos causados por uns poucos irresponsáveis sem escrúpulos, que agem à margem da lei e sem serem molestados por quem tem a obrigação de reprimi-los.

Está na hora das autoridades corresponderam às responsabilidades que lhes foram conferidas pelo sufrágio popular, pois até agora não o fizeram. E a população lhes está cobrando que cumpram o seu dever.

(Publicado no JNB em outubro de 2011)